Impacto fiscal e a pandemia
Confira o nosso editorial deste domingo (1º)

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As medidas adotadas pelo governo federal para combater os efeitos econômicos e sociais da crise gerada pela covid-19 alcançaram R$ 615 bilhões de impacto primário em 2020, sendo R$ 587,5 bilhões em novas despesas e R$ 27,5 bilhões em redução de receitas.
São números do Ministério da Economia que evidenciam as respostas do governo para a contenção dos efeitos da pandemia, mas devem ficar limitadas ao ano de 2020, sem gerar impactos nos orçamentos dos próximos anos.
É o que o governo aponta de consolidação fiscal. O gasto era, em percentual de despesas, de 19,8% em 2019, mas em 2020 esse número vai subir além de 28%. Espera-se, com a manutenção do teto de gastos e com a busca de consolidação fiscal, que o país volte a patamares similares, algo como 19,7% do PIB em 2021.
De acordo com as novas estimativas, as despesas com as políticas de combate aos efeitos da pandemia atingirão 8,6% do PIB em 2020, um esforço fiscal superior ao da média dos países avançados (7,1%) e em desenvolvimento (4,3%). O déficit do setor público – que reúne governo central, estatais federais e estados e municípios – deve chegar a R$ 905,4 bilhões (12,7% do PIB) no ano.
As estimativas consideram a previsão de queda de 4,7% do PIB em 2020, mas esse número pode ser melhorado até o final do ano, já que o governo dá fortes sinais de recuperação que mostram que o fundo do poço da crise ficou nos meses de abril e maio, tanto em termos de arrecadação quanto em atividade.