Impávido ofício jornalístico?

[Impávido ofício jornalístico?]

FOTO: Reprodução

Crônica

O jornalista, independente da plataforma em qual atua, funciona na ordem do mundo como o carteiro das boas - e geralmente também más - notícias. É, ainda, o encarregado em alertar como está o meio em que vivemos – e pode ser no íntimo do lar: na mesa do café da manhã, na hora do descanso no sofá após o almoço e, no caso de uma mídia online como o nosso Farol da Bahia, nas constantes e corriqueiras espiadelas no celular desde as primeiras horas do dia até o derradeiro fechar dos olhos, já na cama pronto para dormir. Alguns exemplos corriqueiros, mas sei que você sabe onde mais o jornalismo, hora ou outra, vai chacoalhar seu cotidiano. 

De um noticiário no celular ou na tela do computador, produzido para você que não gosta de ligar a TV porque acha que falta romantismo no ao vivo e a cores, ou não tem tempo ou espaço para o velho impresso, o jornalismo online está aí para o que der e vier, de tudo um pouco e, se for o caso, de reinventa em questão de horas, se adapta às urgentes demandas da sociedade midiática.

Resumindo, são múltiplas possibilidades de se informar: saber o que acontece pelo mundão (e, principalmente, sobre as notícias bombásticas) como também saber onde você pode frequentar parar ser um indivíduo íntegro e de bem com a vida, à desconfiança que algo lhe falta para atingir metas, de poder ser tão bom quanto o vizinho e aprender a ser mais responsável com o ganha-pão. 

Este seria o compromisso pomposo do jornalista. O prestador de informações essenciais à cidadania. A verdade a todo custo, a inteligência na escrita que resulta na perfeita linguagem, no entanto, são preceitos ainda ultra-românticos, repletos de equívocos, imparcialidade ou camuflagens. Acontece que o jornalista, hoje, é como qualquer outro trabalhador, que vive na corda bamba do seu público, parte de um incansável jogo de interesses inteligíveis, quase indecentes, frágeis ou nada mais do que conflitos frutos da nossa imaginação. 

Queremos, sim, fazer o nosso melhor, ter organizadas todas as boas energias e boas ideias, mas podemos ter o peso do mundo nos ombros e nas mãos, que carregamos e despejamos num inútil meia culpa – e ainda intercalado por acusações. Sem respostas, mesmo, e às vezes sem um entendimento ou ainda reflexão. Porque, em nosso íntimo, no conforto do nosso lar - ou na cadeira em frente ao computador, mesmo – imaginamos que somos, de fato, a materialização daquele jornalista caracterizado nas primeiras linhas desta crônica.


Comentários

Relacionadas

Veja Também

[Brasil não avança em integração de saneamento e de Defesa Civil para combater eventos extremos]

Em 2012, foram definidos pelo governo 821 municípios considerados críticos para desastres. A lista cresceu para 1.942

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!