Inflação em ritmo persistente
Confira o nosso editorial desta quinta-feira (18)

Foto: Agência Brasil
Em meio às aflições do poder público e população para conter o avanço da covid-19 e fugir do colapso da saúde, o Banco Central aumentou a taxa de juros básica do Brasil para 2,75% — é a primeira alta em quase seis anos. A economia, era inevitável, uma hora gritaria mais alto do que deveria, mas é um aviso que ninguém deve ignorar.
A Selic gozava de estabilidade, inclusive nos últimos sete meses, num patamar histórico de 2%. O aumento de 0,75 ponto foi maior do que o meio ponto esperado pelos analistas. Agora, com a alta, o Brasil se torna um dos primeiros países do G20 a aumentar taxa de juros neste momento, ou seja, na contramão de grandes economias.
É alarmante, principalmente porque outras notícias amargas em relação à economia brasileira pode surgir num curto período de tempo: o Copom pode aumentar 0,75 ponto num próximo encontro, caso a economia continue no curso que segue. É necessário uma “mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos”, como apontam.
Num cenário pessimista, a Selic, então, pode subir ainda mais e ir a 3,5% ao ano. Segundo a última Pesquisa Focus, analistas de mercado já projetam uma taxa de 4,5% até o fim de 2021. Em palavras mais claras, é a inflação que sobe em ritmo preocupante e persistente.