Italianos, que esperam fim de hiato de 47 anos sem papa local, chefiaram Vaticano por 455 anos consecutivos
Curiosamente, porém, este hiato foi antecedido por 455 anos ininterruptos em que o Vaticano foi comandando por um italiano

Foto: Reprodução/Vatican News
Três cardeais compatriotas aparecem na lista dos mais cotados: Pietro Parolin é favorito nas apostas, e Matteo Zuppi e Pierbattista Pizzaballa correm por fora. A expectativa ampliada se deve também ao fato de que a Itália não tem um papa há 47 anos, desde a morte de Albino Luciani, o João Paulo 1º, em 1978, e a ascensão do polonês Karol Wojtyla, João Paulo 2º.
Curiosamente, porém, este hiato foi antecedido por 455 anos ininterruptos em que o Vaticano foi comandando por um italiano. Em 1522, Adriano 6º, nascido em Utrecht (Holanda), iniciou seu breve pontificado, que durou até o ano seguinte. O conclave de 1523 escolheu Clemente 7º, natural de Florença. Contando o próprio Clemente, a Itália emendou uma sequência de mais de quatro séculos e 48 pontífices, algo que jamais havia ocorrido na história da Santa Sé.
É difícil estabelecer exatamente o número de papas italianos já que, desde o ano 33, os limites geográficos foram alterados inúmeras vezes. Historicamente, a maior parte dos papas nasceu no Império Romano, no Bizantino e no Sacro Império Romano.
Ao estabelecer uma relação a partir dos lugares de nascimento e onde estes estariam localizados nos dias atuais --algo também impreciso, já que territórios únicos foram divididos em um ou mais países--, o número de papas italianos é próximo dos 200. O jornal italiano Il Messaggero crava em 213 pontífices de seu país até hoje --em outras contagens, o número pode chegar a 217, ou ficar em 199.
Em sua intensa cobertura sobre o conclave, a imprensa italiana ainda examina os menores movimentos dos cardeais, em busca de pistas que permitam especular sobre os favoritos. O abraço caloroso entre o celebrante da missa da manhã desta quarta (7), cardeal Giovanni Battista Re, e o favorito Parolin, na oração da "paz de Cristo", deu muito o que falar. "Bem além do simples gesto litúrgico, e grandes sorrisos entre os dois", comentou o La Repubblica.