Itamaraty avalia diálogo entre Lula e Trump após presidente do EUA dizer que brasileiro pode 'falar com ele quando quiser'
Diplomatas apontam que diálogo não deve ocorrer de forma tão despojada, e é necessária toda uma preparação para reunião
Foto: Reprodução/Isac Nóbrega/PR e Ricardo Stuckert/PR
O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, avalia se existe uma abertura concreta para diálogo direto entre os presidentes, brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e estadunidense Donald Trump para tratativas sobre as tarifas de 50% contra o Brasil assinadas em uma ordem executiva por Trump na quarta-feira (30).
A possibilidade de diálogo entre os líderes surge após um pronunciamento de Trump, na sexta-feira (1°), o qual em uma entrevista à TV Globo, o presidente dos Estados Unidos (EUA) afirmou que Lula tem liberdade de falar com ele quando quiser.
Diplomatas defendem que apesar do pronunciamento de Trump, uma ligação entre chefes de Estado não ocorre de forma improvisada, e é necessária a preparação entre equipes, definição de agenda e alinhamento de tom.
Em um evento do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado no domingo (3), Lula relatou que as tratativas com o governo estadunidense sobre as tarifas exige cautela, além de opinar que só deverá falar o que for julgado como necessário.
Ao referenciar as "pessoas que acham que mandam no mundo", sem citar diretamente Donald Trump, Lula afirmou que o Brasil não está disposto a buscar confronto com outras nações, mas que a postura adotada não deve ser interpretada como medo.
O presidente ainda reafirmou o interesse em negociar as tarifas, com o intuito de ajudar as empresas e trabalhadores brasileiros.
Após Trump dizer que está disposto a negociar com o Brasil, Lula publicou nas redes sociais, sem citar Trump diretamente, que o Brasil "sempre esteve aberto ao diálogo", e reforçou que quem decide os rumos tomados pelo Brasil são os brasileiros e as instituições nacionais.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, publicou Lula.
