Japão começa a vacinar população a menos de 160 dias para as Olímpiadas
Governo também pretende realizar campanha de informação para encorajar população

Foto: Reprodução/Jornal de Brasília
O Japão começou a campanha de vacinação contra Covid-19 na manhã desta quarta-feira (17). Até o fim de fevereiro, devem ser imunizados cerca de 40 mil profissionais diretamente envolvidos no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. Último país do G7 (grupo das nações mais industrializadas do mundo) a iniciar a imunização, o Japão aprovou a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a alemã BioNTech no último domingo (14). O primeiro lote, contendo cerca de 400 mil doses, já desembarcou no país e o governo garantiu a compra das duas doses suficientes para os 126 milhões de habitantes do país.
Segundo o calendário divulgado, depois desta primeira fase de fevereiro serão vacinados 3,7 milhões de profissionais de saúde a partir de março, 36 milhões de idosos a partir de abril, 8,2 milhões de indivíduos de grupo de risco e 2 milhões de profissionais de instituições dedicadas a idosos depois de abril (totalizando, portanto, cerca de 50 milhões de habitantes, o equivalente a 40% da população até maio). Em data indefinida, na sequência serão imunizados indivíduos de 16 a 64 anos. Crianças e adolescentes de até 16 anos não estão contemplados no calendário.
O governo também pretende realizar uma campanha de informação para encorajar a imunização, visto que, historicamente, a sociedade japonesa tem certa resistência à ideia. Em janeiro, o primeiro-ministro Yoshihide Suga, de 72 anos, disse que “daria o exemplo” e estaria entre os primeiros a tomar a vacina. Em fevereiro, o ministro Taro Kono, de 58 anos, responsável pela campanha de vacinação, endossou a importância do imunizante como “a melhor arma” no combate ao novo coronavírus. “Esperamos que muitas pessoas se vacinem com a compreensão dos benefícios e dos riscos”, declarou.
Imunizar a população é uma prioridade do governo japonês, determinado a realizar os Jogos Olímpicos de Tóquio, cuja abertura está marcada para 23 de julho. Entretanto, segundo a mais recente pesquisa feita pela rede de televisão NHK, 16% dos entrevistados apoiam o calendário previsto para os Jogos, 39% defendem remarcá-los novamente e 38% cancelá-los de vez. Diante da demora para iniciar a imunização, os impasses logísticos para implementá-la, a resistência da sociedade japonesa a aderir à campanha e a expectativa de Olimpíada, teme-se um agravamento da pandemia no país que, até agora, contabiliza 418 mil casos (23,5 mil deles ativos) e 7,1 mil mortes.