Jornalista baiano Zezão Castro escreve poema inspirado nos rumores do fenômeno tsunami na Bahia

Notícia viralizou em Salvador nessa quinta-feira (16)

[Jornalista baiano Zezão Castro escreve poema inspirado nos rumores do fenômeno tsunami na Bahia]

FOTO: Xando Pereira

O jornalista e escritor de cordel baiano, Zezão Castro, aproveitou os rumores, que se popularizaram em Salvador nessa quinta-feira (17), sobre um vulcão nas Ilhas Canárias, no litoral da África, que seria capaz de atingir a Bahia e tomou como inspiração para escrever o poema "Tsunami na Bahia". 

É importante destacar que meteorologistas baianos já afirmaram que não há base científica para comprovar que o fenômeno atingiria a Bahia e Salvador. 

Confira o poema:

Hoje um fato cataclísmico
Assustou muitos baianos
Muitos mudaram seus planos
Temendo o evento sísmico
Desequilíbrio organísmico
Gerou muita hidrofobia
Pois logo ao nascer do dia
Sem ter válvula de escape:
Ralaram o dedo no zap
Tsunami na Bahia

Por aí escutando e vendo
Narro as observações
E as várias reações
Que a população foi tendo
Quis evitar mas me rendo
Não quero gerar histeria
Outro escriba escreveria
Antes disso eu mesmo faço
("Xêu" amarrar meu “cadasso”)
Tsunami na Bahia

Deu-se um tempo da política
Sendo um hiato bem raro
Nem Lula nem Bolsonaro
Nem Ciro com sua crítica
Essa notícia específica
Deu no jornal, meio-dia
Massa d´água invadiria
Vindo das Ilhas Canárias
Uma onda não, mas várias
Tsunami na Bahia

O Cumbre Viejo nervoso
Vulcão cuspindo fumaça
E hoje com a bíblia na praça 
O pregador falacioso
Narrava com ódio e gozo
A sagrada profecia
Sertão mar se tornaria
Palco do Armagedon
Josué usou do bom
Tsunami na Bahia

Disseram: da capital 
Só fica a Cidade Alta
Da Baixa sentiram falta
Das barracas mais queridas.
Já o Jardim das Margaridas
Um mangue se tornaria
Sucuri comendo jia
Na margem crescendo junco
Um estrago do cabrunco
Tsunami na Bahia

Nas bocas de pó e fumo
Dizem que houve inflação
Subiu preço do morrão
“Paulo Guedes perdeu o rumo”
Com a alta desses insumos
O PIB regridiria 
Gente com desinteria
Por falta da “cremogema” 
Vivendo a deprê extrema
Tsunami na Bahia

Na corretora um amigo
Nadou na adversidade
Pois em tudo que é cidade 
Vendeu casas em perigo
Falou pros dono “É comigo!
Que eu vendo com alegria
Seu sítio em Praia da Guia
Com rapidez e apreço
Pela metade do preço”
Tsunami na Bahia

No ramo do acarajé
Houve até especulação
Que o feijão fradinho não
Chegaria em Itacaré
Faltaria em Moreré
As roça se alagaria
As bage se ingiaria
Até Feira de Santana
Que maremoto sacana!
Tsunami na Bahia

Em Itapuã a onda 
Chegando em ritmo brando
Logo na casa de Xando
Perto de onde a pedra estronda
Junto a varanda redonda
Sua horta acabaria
Seu carro enferrujaria
Seu pé de pitanga, então...
Era arrancado do chão 
Tsunami na Bahia

Muitos colecionadores
De LPs, meu coligados
Guardaram vinis lacrados
Em pisos superiores
Todos cheios de amores
Fonográfica iguaria
Chega me deu nervosia...
Meus discos de mais valor
Já mandei pro interior
Tsunami na Bahia

Suspenderam os editais
De governo e prefeitura
Água mole em pedra dura
Derrete mil sonrisais
Cultura sofre demais
Na inércia da maresia
O sal também entraria
Nas cadeias e quartéis
Nas moitas e nos motéis
Tsunami na Bahia

A atual prefeitura
Sofreria dura ação
Pedindo a interdição
Com uma alegação bem dura:
Tá erodida a estrutura
Só Brotas resistiria
E pra lá o Poder ia 
Fugir da maré assassina
Entrou água na vacina
Tsunami na Bahia
 
 Assim fecho a despedida
Antes que o vulcão derreta
E pra dendo mar arremeta
Com sua crosta derretida
Se a força for revertida
Numa rebelde energia
Tem gente que surfaria
Dropando e pegando tubo
E eu que nem na prancha subo?
Tsunami na Bahia


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