Justiça britânica aprova pedido dos EUA para extradição de Julian Assange
Fundador do WikiLeaks responde por violação da lei de espionagem

Foto: Getty Images
A Justiça do Reino Unido aprovou, nesta sexta-feira (10), um pedido de recurso dos Estados Unidos para a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks. Ele tem 50 anos e enfrenta, no país americano, ao menos 18 acusações criminais, incluindo uma violação da lei de espionagem e conspiração para invadir computadores do governo. A decisão de hoje, no entanto, o deixa Assange um passo mais perto de ser extraditado.
Os EUA vêm tentando apresentar garantias à Justiça britânica sobre o tratamento que Assange receberia caso fosse entregue ao governo americano. A noiva de Assange disse em nota, logo após o anúncio desta sexta, que sua equipe jurídica vai recorrer "assim que possível" contra a decisão do tribunal de Londres. Segundo o advogado que representa os EUA, Assange não será submetido a medidas especiais nem ficará detido no centro penitenciário ADX Florence, no Colorado.
Os americanos pedem a extradição de Julian Assange por conta de um vazamento em massa de documentos confidenciais, divulgados na plataforma WikiLeaks. A defesa de Assange garantiu, ainda, que ele receberá os cuidados médicos necessários e poderá solicitar cumprir sua pena na Austrália, seu país de origem.
Caso
O WikiLeaks tornou-se conhecido globalmente após divulgar, em 2010, um vídeo do ataque realizado por helicópteros Apache americanos três anos antes em Bagdá, que matou mais de 10 pessoas. Logo depois, a plataforma divulgou as centenas de milhares de documentos secretos, obtidos pela ex-analista militar Chealsea Manning, com quem Assange é acusado de conspirar.
O australiano foi preso pela primeira vez cinco meses depois, em dezembro de 2010, devido a acusações de estupro e abuso sexual na Suécia, posteriormente arquivadas por falta de provas. Na ocasião, ele já dizia temer uma extradição para os EUA. Considerado por apoiadores como uma vítima de ataques contra a liberdade de expressão, Assange passou sete anos vivendo dentro da embaixada do Equador em Londres.
Após este período, ele foi preso pelas autoridades britânicas e está há mais de dois anos em uma penitenciária de segurança máxima na Inglaterra. Em janeiro deste ano, os EUA chegaram a ter um novo pedido de extradição negado pela justiça do Reino Unido que alegou existir um risco de Assange cometer suicídio.