Levantamento revela que salários de servidores de prefeituras custaram R$ 1,8 mil por cidadão
Especialistas discutem sobre controle dos gastos públicos

Foto: Reprodução/InfoMoney
As despesas líquidas pessoais com prefeitos, vice-prefeitos e servidores dos Executivos municipais do Brasil custaram R$ 370 bilhões no último ano, uma média anual de R$ 1,8 mil para cada morador. O montante desembolsado com pessoal considera gastos com salários de políticos, servidores ativos, inativos e pensionistas.
Os números foram levantados pelo site Metrópoles, com base no relatório extraído do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Tesouro Nacional), que contabilizou os gastos dos 2.083 municípios que forneceram ao Tesouro Nacional informações até a terça-feira (27).
Em algumas regiões, no entanto, o valor supera a média nacional. Na prefeitura municipal de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, a despesa líquida com pessoal custou, no último ano, R$ 85,5 milhões. A cidade tem 11.574 habitantes, o que equivaleria a um gasto de mais de R$ 7 mil por pessoa.
Para o professor Francisco Antônio Coelho Júnior, do Departamento de Administração da UnB (Universidade de Brasília) e especialista em gestão pública, o Brasil, em geral, peca quando o assunto é controle de gastos públicos. “Alguns municípios falham no planejamento, no dimensionamento dos gastos com pessoal. É a falta das três palavrinhas mágicas essenciais para gestão: fiscalização, transparência e controle”, disse.
Entretanto, Sheila Barbosa, professora do departamento do gestão de políticas públicas da UnB, ressalta que os altos gastos podem ter outras razões. “Os municípios brasileiros têm registrado um crescimento do serviço publico. Esse aumento está atrelado à prestação de serviço, em especial a contratação de pessoal para áreas da Saúde e Educação. As cidades crescem, o volume de despesa segue a mesma tendência. O que é importante observar, nesses casos, é se a receita também acompanha”, explicou.