Líder da oposição na Câmara critica medidas de Lula contra tarifaço de Trump: "Incapaz de resolver o problema real"
Em nota, o deputado federal Zucco (PL-RS) afirmou que a melhor medida que o governo poderia tomar seria "parar de atacar os Estados Unidos"

Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados
O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), afirmou nesta quarta-feira (13) que a medida provisória (MP) de contingenciamento para proteção de empresas nacionais, anunciada pelo presidente Lula (PT), é "incapaz de resolver o problema real".
"Essa encenação não resolve o problema das empresas, não devolve mercados perdidos e não reverte a crise comercial que o próprio governo ajudou a criar. O que o país precisa é de responsabilidade, seriedade e diplomacia profissional — e não de maquiagem eleitoreira disfarçada de programa de auxílio", declarou o parlamentar, em nota ao Metrópoles.
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Para deputado, "o maior e melhor auxílio que o governo poderia dar às empresas brasileiras seria parar de atacar os Estados Unidos — inclusive nos fóruns internacionais, como o Brics, onde Lula tem reiteradamente usado o espaço para criticar Washington e reforçar alianças com regimes autoritários e hostis ao ocidente".
Zucco complementa afirmando que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, utilizou o anúncio da medida para "fazer palanque político". Haddad é considerado um nome forte para suceder Lula.
O parlamentar criticou Haddad por "pintar" o Brasil como um país "plenamente democrático, sem censura e sem perseguição", pontuando que o país é visto com desconfiança no exterior por sua política externa ideologizada.
Zucco ainda citou, indiretamente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. "Um Judiciário parcial, que promove abusos e censura contra opositores", afirmou.
Pacote contra tarifaço
O governo federal apresentou, nesta quarta-feira, a primeira etapa do programa “Brasil Soberano”, criado para apoiar empresas brasileiras afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais desde 6 de agosto.
Entre as medidas, estão uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas afetadas pelo tarifaço, a compra de produtos por entes federativos, que priorizarão produtos de empresas afetadas, e a prorrogação de um ano da cobrança de impostos, o chamado "drawback".
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