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Lula defende investimento na África e critica número de diplomatas brasileiros no continente

O brasileiro participou de reunião bilateral com o presidente Daniel Chapo

Por FolhaPress
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Lula defende investimento na África e critica número de diplomatas brasileiros no continente

Foto: Ricardo Stuckert

GUILHERME BOTACINI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu investimento de empresas e do governo brasileiro em Moçambique e outros países africanos e criticou a baixa presença diplomática no continente em comparação a outros locais, nesta segunda-feira (24). O brasileiro participou de reunião bilateral com o presidente Daniel Chapo.

Sem nomear a Odebrecht, Lula relembrou o papel da empresa e de outras empreiteiras brasileiras durante os mandatos petistas passados em negócios fora do Brasil, incluindo a África.
"As empresas de engenharia brasileira já estiveram em quase todos os Estados africanos, quase todos. Era difícil você passar num país africano que não tivesse uma empresa brasileira fazendo uma ponte, um viaduto, uma hidrelétrica, alguma coisa", afirmou Lula.

"E, pasme, a mesma empresa que estava trabalhando no porto de Mariel, em Cuba, financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), era a mesma empresa que estava trabalhando no porto de Miami quando os americanos diziam que quem trabalhasse em Cuba não podia trabalhar nos Estados Unidos, numa demonstração de que a gente tinha ganho competitividade nessa área em que pouca gente poderia competir conosco", disse o presidente brasileiro.

"Vocês sabem o que aconteceu. Essas empresas foram quase todas destruídas. O BNDES foi atacado até as últimas consequências porque financiava empresas estrangeiras no Brasil, dizendo que era prejuízo para o BNDES. A Petrobras deixou o continente africano e se trancou dentro do Brasil porque aqueles que fizeram isso não queriam uma Petrobras grande nem brasileira, queriam vender a Petrobras", completou Lula.

O brasileiro reforçou durante sua fala que o banco de desenvolvimento "está totalmente recuperado" e "precisa voltar a oferecer opções de crédito".

Lula também comparou a estrutura de embaixadas no continente africano com a de outros países e criticou a diferença.

"É importante lembrar, Mauro [Vieira, chanceler brasileiro], que algumas embaixadas, em alguns países africanos, que muitas vezes só tinham um funcionário. E você vai em outras embaixadas, em outros países, tem excesso de funcionários pelo pouco serviço que tem. É quase uma questão de decisão política", afirmou o petista.

O próprio governo, no entanto, iniciou em 2024 um processo de esvaziamento de embaixadas no continente. Ao menos nove diplomatas em postos africanos foram convocados de volta ao Brasil até a metade daquele ano, algo que não agradou diplomatas brasileiros atuando na África.

Á época, o Itamaraty foi procurado e afirmou discordar da ideia de que a política de remoção dos diplomatas prejudicará a representação no continente africano.

Antes da reunião com Chapo, Lula afirmou que a conversa iria tratar de temas como "assistência humanitária, saúde, educação, segurança alimentar, agricultura, biocombustíveis, defesa, comércio e investimentos, além de temas da agenda internacional", entre ele a luta contra a pobreza, a mudança climática e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Moçambique completou 50 anos de independência em junho deste ano, em meio a cenário de instabilidade política e protestos após a contestada eleição de Chapo.

No último dia 15, Brasil e Moçambique comemoraram também 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas. Em março do ano seguinte, em 1976, o governo brasileiro abriu sua embaixada em Maputo a representação moçambicana em Brasília foi aberta em 1998.

Segundo o governo brasileiro, Moçambique é o maior beneficiário de recrusos da Agência Brasileira de Cooperação em áreas como saúde, agricultura e educação, entre outras. O comércio bilateral foi de US$ 40,5 milhões em 2024, sendo US$ 37,8 milhões em exportações brasileiras, principalmente de carne de aves, e US$ 2,7 milhões em importações.

Lula saiu do encontro de líderes do G20, em Joanesburgo, na África do Sul, direto para Maputo, a capital de Moçambique, no domingo (23). Na visita oficial de um dia, ele recebe nesta segunda o título de doutor honoris causa da Universidade Pedagógica de Maputo.

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