Mais de 1 em cada 5 moradores da Bahia se autodeclaram pretos, diz IBGE

A participação das pessoas de cor preta na população baiana é a maior do país

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Mais de 1 em cada 5 moradores da Bahia se autodeclaram pretos, diz IBGE

Foto: Agência Brasil

A Bahia é único estado em que as pessoas que se declaram pretas (22,9%) são mais representativas que as autodeclaradas brancas (18,1%). Mais de 1 em cada 5 moradores do estado se autodeclaram pretos. É maior participação do país.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, divulgada nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, os que se autodeclaravam pretos representavam 17,3% da população baiana; em 2017, o porcentual subiu para 20,9% e, no ano passado, cresceu novamente passando para 22,9%. 
Segundo a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros, o aumento no número e na porcentagem de pessoas que se autodeclaram pretas no estado está ligado a mais de um fator, como questões demográficas e também culturais, que a PNAD Contínua não consegue apontar com precisão. 
“Uma maior autoafirmação e uma valorização da cor preta certamente estão entre esses fatores, ainda que a gente não possa dizer o peso exato que tiveram”, analisou. Ela ressalta que a Bahia foi o único estado em que, ao mesmo tempo em que aumentou o número de pessoas que se declaram pretas de 2017 para 2018, diminuíram os números das que se declaram pardas (59,3% para 58,1%) e das que se declaram brancas (19,2% para 18,1%). 
“Esse movimento foi diferente do que ocorreu no país como um todo e na maioria dos estados, onde as populações preta e parda crescem, enquanto que a população branca diminui. Isso reforça a indicação de que pode estar havendo, uma influência da mudança de declaração, de parda para preta”, disse a especialista.
Outros números- A PNAD Contínua revelou ainda que a população baiana, estimada em 14,8 milhões, teve o segundo menor crescimento do país em 2018 tanto em relação a 2017 (+0,43%) quanto na comparação com 2012 (+2,6%), acima apenas do estado do Piauí nos dois casos (0,3 e 1,6%, respectivamente).
Em um ano, o número de idosos com 60 anos ou mais cresceu quase 10% na Bahia e chegou a 2,1 milhões em 2018, o que representa 14,4% da população. Em 2012, esse índice era de 11,9%. O envelhecimento da população na Bahia está de certa forma ligado a outro fator identificado na pesquisa. O estado teve em 2018 o quarto maior percentual de domicílios onde só morava uma pessoa: 855 mil residências do estado (17,0%). A Bahia só ficava abaixo do Rio de Janeiro (19,7%), Rio Grande do Sul (18,2%) e Alagoas (17,2%). Em números absolutos, quase 6,0% (5,8%) da população baiana morava só, terceiro maior porcentual do país. Nesse quesito, o estado perde apenas para o Rio de Janeiro (7,3%) e Rio Grande do Sul (6,8%).
A Bahia teve em 2018 o maior recuo do país no número absoluto de domicílios com coleta de lixo direta ou porta a porta (menos 34 mil residências) e passou a ter a quarta pior cobertura desse serviço (66,8% dos domicílios atendidos), só maior que o Maranhão (51,2%), Rondônia (63,4%) e Tocantins (66,3%).
O abastecimento de água por rede geral teve uma pequena variação negativa, de 84,9% para 84,5% das residências. No Brasil como um todo, 85,8% dos domicílios eram atendidos por rede geral de água em 2018 (cerca de 61 milhões). No mesmo ano, 56,5% dos domicílios baianos tinham o esgoto coletado por rede geral ou fossa séptica (2,838 milhões em números absolutos), comparado a 55,8% em 2017 (2,775 milhões). 
Embora o índice esteja abaixo da média nacional (66,3%), a Bahia tem o maior percentual de atendimento do Norte-Nordeste. São Paulo (92,6%), Rio de Janeiro (88,3%) e o Distrito Federal (87,3%) lideram esse indicador no país.
 

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