Médicos alertam para risco elevado de complicações cirúrgicas em usuários de Ozempic
Sociedade Americana de Anestesiologistas recomenda suspensão do medicamento com antecedência; saiba porquê

Foto: Edu Garcia/R7
Muito utilizado atualmente por quem sonha com o emagrecimento, o Ozempic tem despertado alerta ao redor do mundo. Desta vez, médicos anestesistas dos Estados Unidos e do Canadá têm relatado aumento no número de complicações durante cirurgias de pacientes que fizeram uso do medicamento.
Foram registradas situações em que indivíduos ingeriram alimentos e líquidos enquanto estavam sob sedação, mesmo após seguir as instruções médicas de jejum de seis a oito horas antes de uma cirurgia. Isso ocorreu com pessoas que estavam fazendo uso dos agonistas do receptor GLP-1, também conhecidos como peptídeos semelhantes ao glucagon-1. Nesse estado, os alimentos e líquidos foram parar nos pulmões devido à presença de conteúdo gástrico.
Um dos modos de funcionamento dessa classe de medicamentos é justamente a desaceleração do esvaziamento gástrico, o que oferece benefícios no contexto de terapias para perda de peso. Contudo, quando o estômago não se encontra vazio durante procedimentos médicos que requerem anestesia, surge uma significativa possibilidade de ocorrência de uma complicação potencial, caracterizada pela regurgitação de conteúdo gástrico e sua subsequente aspiração para os pulmões.
A ASA (Sociedade Americana de Anestesiologistas) emitiu, em junho, novas diretrizes sobre o manejo pré-operatório de pacientes que estejam em uso de medicamentos agonistas do receptor de GLP-1, como o Ozempic.
Entre outras mudanças, a ASA recomenda a retenção dos agonistas de GLP-1 no dia do procedimento para pacientes em dosagem diária e a suspensão por uma semana antes do procedimento para pacientes em dosagem semanal, a fim de prevenir potenciais complicações.