Ministro da Educação nega participação em reuniões com pastores Gilmar Santos e Ariton Moura
Os religiosos são acusados de terem cobrado propina de prefeitos para viabilizar demandas dos municípios
Victor Godoy, ministro da Educação, afirmou que não participou das agendas da pasta com os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, nas quais os religiosos são acusados de terem cobrado propina de prefeitos em troca de viabilizar demandas dos municípios junto a pasta.
A declaração foi dada Em audiência pública nas comissões de Educação e de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Na ocasião, Godoy destacou que as únicas vezes em que participou de eventos com as presenças dos pastores foi a convite do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, para compor a mesa de abertura.
“Todos os três eventos em que participei nessa qualidade foram realizados no auditório do Ministério da Educação. Não participei de nenhum dos outros seis eventos realizados com a presença desses pastores. Não participava das agendas com os referidos pastores. E os assuntos, porventura, tratados por eles e o ex-ministro da Educação, não eram de meu conhecimento”, disse.
“Quero aqui testemunhar que o ex-ministro da Educação [Milton Ribeiro], durante 1 ano e 8 meses que trabalhou comigo, nunca solicitou ou impôs que eu realizasse qualquer ato em desacordo com a legislação pátria. Sempre mantive com o ex-ministro uma relação de cordialidade e respeito”, pontuou, em defesa do seu antecessor, que deixou a pasta em março, após as denúncias terem sido publicadas pela imprensa.
Godoy ainda retificou que assim que tomou conhecimento das denúncias sugeriu a Milton Ribeiro ações para que fossem investigadas pela CGU. “Eu, pessoalmente, reduzi a termo os relatos a mim declarados e encaminhei, com autorização do então ministro, à CGU para investigação. Ainda que não houvesse elementos materiais de prova, decidi que o caminho da prudência era o melhor a ser trilhado”, disse.
A solicitação da audiência pública foi para que o ministro falasse sobre propostas e prioridades para a pasta e da destinação recursos para a compra de kits de robótica. o caso de municípios alagoanos, as denúncias dão conta de que o material seria destinado às escolas que não tinham estrutura básica como água e acesso à internet. Nesse caso, o material teria sido comprado por R$ 26 milhões, tendo como fonte emendas parlamentares. Após as denúncias, a compra foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU).