Ministro da Educação nega participação em reuniões com pastores Gilmar Santos e Ariton Moura
Os religiosos são acusados de terem cobrado propina de prefeitos para viabilizar demandas dos municípios

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Victor Godoy, ministro da Educação, afirmou que não participou das agendas da pasta com os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, nas quais os religiosos são acusados de terem cobrado propina de prefeitos em troca de viabilizar demandas dos municípios junto a pasta.
A declaração foi dada Em audiência pública nas comissões de Educação e de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Na ocasião, Godoy destacou que as únicas vezes em que participou de eventos com as presenças dos pastores foi a convite do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, para compor a mesa de abertura.
“Todos os três eventos em que participei nessa qualidade foram realizados no auditório do Ministério da Educação. Não participei de nenhum dos outros seis eventos realizados com a presença desses pastores. Não participava das agendas com os referidos pastores. E os assuntos, porventura, tratados por eles e o ex-ministro da Educação, não eram de meu conhecimento”, disse.
“Quero aqui testemunhar que o ex-ministro da Educação [Milton Ribeiro], durante 1 ano e 8 meses que trabalhou comigo, nunca solicitou ou impôs que eu realizasse qualquer ato em desacordo com a legislação pátria. Sempre mantive com o ex-ministro uma relação de cordialidade e respeito”, pontuou, em defesa do seu antecessor, que deixou a pasta em março, após as denúncias terem sido publicadas pela imprensa.
Godoy ainda retificou que assim que tomou conhecimento das denúncias sugeriu a Milton Ribeiro ações para que fossem investigadas pela CGU. “Eu, pessoalmente, reduzi a termo os relatos a mim declarados e encaminhei, com autorização do então ministro, à CGU para investigação. Ainda que não houvesse elementos materiais de prova, decidi que o caminho da prudência era o melhor a ser trilhado”, disse.
A solicitação da audiência pública foi para que o ministro falasse sobre propostas e prioridades para a pasta e da destinação recursos para a compra de kits de robótica. o caso de municípios alagoanos, as denúncias dão conta de que o material seria destinado às escolas que não tinham estrutura básica como água e acesso à internet. Nesse caso, o material teria sido comprado por R$ 26 milhões, tendo como fonte emendas parlamentares. Após as denúncias, a compra foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU).