Monitoramento independente do Departamento de Justiça dos EUA na Odebrecht é encerrado
Fiscalização era parte do acordo de leniência firmado em 2016

Foto: Agência Brasil
Após quase quatro anos, o monitoramento externo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) na Odebrecht chegou ao fim. O trabalho de fiscalização, iniciado em fevereiro de 2017, era parte do acordo de leniência da companhia, firmado em dezembro de 2016. O presidente do conselho de administração da Odebrecht S.A. disse, em nota, que a conclusão do monitoramento é o “atestado mais eloquente de que a Odebrecht aprendeu com os próprios erros e chegou ao mesmo nível das corporações que atuam com ética, integridade e transparência”.
“Este é um caminho sem volta, de acordo com o compromisso assumido e reafirmado pelos acionistas e por todos os integrantes da Odebrecht. Agora, a nossa concentração é o futuro”, completou.
No processo, um monitor independente do DoJ passou a certificar o sistema de conformidade do grupo, com objetivo de prevenir violações e atos de corrupção dentro da empresa. No total, de acordo com a Odebrecht, foram entrevistados 900 integrantes do grupo, e cerca de 30 mil documentos passaram por revisão. Para o grupo, que nos últimos meses aprovou o plano de recuperação judicial e agora tenta voltar a conquistar negócios para se reerguer, a certificação era bastante aguardada e deverá ser usada como um argumento junto ao mercado para mostrar as mudanças internas da companhia.
Futuro
A Odebrecht se comprometeu, em nota, a dar prioridade à conformidade em todos os níveis, com implantação de políticas e treinamentos, além de investimento no aperfeiçoamento dos controles internos.
“Junto com a reestruturação financeira, conquistada em julho após a homologação da recuperação judicial, o fim do monitoramento e a certificação dada pelo monitor do DoJ ajudam no reconhecimento da nova empresa que já somos”, diz o diretor presidente da Odebrecht S.A., Ruy Sampaio.
“Essa transformação não é momentânea, é sustentável ao longo do tempo. Somos hoje uma empresa voltada para o futuro. Estamos revigorados com os últimos avanços e com a ampla renovação das nossas equipes. Ao mesmo tempo, nos sentimos fortalecidos pelo acúmulo de experiências e aprendizados em mais de sete décadas. A partir dessas bases, estamos prontos para conquistar novos clientes e continuar a oferecer produtos e serviços de alta qualidade”, completou.
Empresa
No mês passado, as famílias Odebrecht e Gradin assinaram um acordo para pacificar as relações e encerrar uma briga que começou em 2011 e é relativa à participação de pouco mais de 20% que os Gradin detinham na Odebrecht. Além disso, recentemente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, retirou do plenário virtual o julgamento de quatro mandados de segurança que tratam da possibilidade de bloqueio de bens pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Uma das empresas beneficiadas pela ação foi a Odebrecht.