Moraes determina que AGU acompanhe extradição de Zambelli
Deputada foi presa em Roma após condenação no STF

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (31) que a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanhe o processo de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma, na Itália, na última terça-feira (29). A parlamentar, que tem cidadania italiana, foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na decisão, Moraes orientou que a AGU tome as “providências cabíveis e necessárias” para assegurar a extradição da deputada. O governo brasileiro já protocolou o pedido formal junto às autoridades italianas.
Zambelli deixou o Brasil após a condenação e passou pelos Estados Unidos antes de seguir para a Itália. Ela está detida no presídio feminino de Rebibbia, localizado a cerca de 30 minutos do centro de Roma. A parlamentar será submetida nesta sexta-feira (1º) a uma audiência de custódia que pode decidir pela manutenção da prisão ou pelo relaxamento da medida, enquanto o pedido de extradição segue em análise.
A defesa da deputada informou que vai atuar para impedir a extradição. Caso não consiga evitar o retorno ao Brasil, Zambelli deve solicitar o cumprimento da pena em território italiano. De acordo com juristas consultados, esse tipo de processo pode levar entre seis meses e um ano e meio.
Embora a Itália tenha a prerrogativa de não extraditar cidadãos italianos, há precedentes envolvendo brasileiros com dupla cidadania. Em 2015, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso do Mensalão, foi extraditado após decisão da Justiça italiana.