Mulheres negras são 65% das trabalhadoras domésticas no Brasil
Dados do Dieese apontam que maioria não tem carteira assinada

Foto: Agência Brasil
Dados do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese), divulgados na última quarta-feira (27), mostram que as mulheres representam 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico no Brasil, das quais 65% são negras. Além disso, a maioria está acima dos 40 anos e tem renda média inferior a um salário mínimo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o trabalho doméstico cresceu nos últimos 12 meses, mas continua em menor nível se comparado ao período pré-pandemia.
Os números mostram que existem 5,7 milhões de trabalhadoras domésticas no Brasil, 21% mais do que no último trimestre de 2021, quando havia 4,7 milhões. Antes da pandemia, em 2019, 6,3 milhões de pessoas exerciam a profissão. Apenas 25% das domésticas trabalham com carteira assinada. E as 75% que trabalham sem carteira assinada ganham, em média, 40% menos.
Ainda segundo os dados do IBGE reunidos pelo Dieese, o rendimento médio mensal das domésticas caiu de R$ 1.016, em 2019, para R$ 930 no ano passado. Segundo a entidade, houve queda em todas as regiões. Em 2013, o Congresso Nacional promulgou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas. Mesmo assim, quase uma década depois, mais de 70% das trabalhadoras domésticas (4 milhões) não possuem carteira assinada.