Cena comum no trânsito: olhar para o lado e ver motoristas com celular nas mãos. É um desvio de atenção que reduz muito o tempo de reação numa eventual necessidade de movimento brusco com o volante, ou mesmo frear no exato milésimo de segundo que pode evitar uma batida.
Apesar de ser uma infração gravíssima, com multa de quase R$ 300, além de colocar a própria vida e de terceiros em risco, celular e direção é uma combinação cada vez mais constante nas ruas e estradas brasileiras.
Uma recente pesquisa do Ministério da Saúde registrou que um em cada cinco brasileiros admite usar o celular enquanto dirige, e que o total de multas, entre janeiro e março, aumentou 24% na comparação de 2019 com o mesmo período do ano passado. Aumenta-se a penalidade, mas e quanto à civilidade?
Por certo, a conectividade é uma facilidade moderna para a vida profissional e pessoal, mas o uso indeliberado de aparelhos tecnológicos ainda é uma falha grave desta relação, principalmente quando é acionada em determinados momentos, como no trânsito. Na condução de veículos, a troca de mensagens ou o simples movimento de abaixar a mão do volante para pegar o aparelho são atos que potencializam a desatenção e desacelera o pensamento.
Falta, enfim, a responsabilidade de cada motorista em entrar no veículo com foco apenas na condução do mesmo. Desconectar-se durante o deslocamento não é negligenciar os compromissos do trabalho ou qualquer outra atividade pela qual é chamado em algum aplicativo. Negligenciar o risco de vida é o problema do egoísmo humano.