As concessões de crédito para empresas tiveram uma queda de 33,7% em abril, refletindo os efeitos da crise causada pelo coronavírus, os dados foram mostrados pelo BC (Banco Central) nesta quinta-feira (28). Os nível de concessão voltaram ao patamar anterior a pandemia. 

Em março, o crédito para empresas teve crescimento de 60% em comparação com fevereiro, atingindo a marca de R$ 216,1 bilhões. Com a redução em abril, as concessões ficaram em R$ 143,3 bilhões, próximo ao resultado de fevereiro, que registrou R$ 135,4 bilhões concedidos.

De acordo com Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), o resultado reflete o aumento na seletividade dos bancos no momento de conceder o crédito. "Subindo a inadimplência, que tende a subir, e de outro lado a incerteza sore o futuro, faz com que os bancos sejam muito seletivos no crédito, o que diminui o volume emprestado", disse.

As estatísticas levam em consideração os recursos que podem ser emprestados pelos bancos sem direcionamento de preço do governo. As taxas de juros para empresas tiveram queda de 0,8 pontos percentuais ao ano, de 16,6% para 15,8%. Dados mais recentes divulgados pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, mostram que a maior parte do crédito está indo para as grandes empresas.

Companhias com faturamento anual acima de R$ 500 milhões são responsáveis por 58% das operações registradas no período entre 15 de março e 16 de maio. Desde o início da pandemia, as pequenas empresas têm relatado dificuldades para obter acesso a crédito, principalmente pela dificuldade em apresentar garantias de pagamento aos bancos, devido à expectativa de recessão.