No centro da pandemia, OMS vive momento decisivo na história
Governo americano ameaça cortar as verbas da entidade

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Diante da pandemia do novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a ter um novo rosto, a do diretor do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que também é ex-chanceler e ex-ministro da Saúde de seu país. É ele que inicia todas as conferências de imprensa com saudações aos quatro cantos do mundo. No entanto, apesar da certeza em suas recomendações, a instituição esconde uma encruzilhada. As informações são do UOL.
Questionada de um lado, atacada e enfraquecida do outro, a OMS vive na pandemia um momento decisivo, pois é quando o mundo mais necessita dela.
O governo americano deixou claro que quer usar a atual crise para moldar a entidade a seus interesses. Donald Trump, ao ameaçar cortar verbas da entidade, deixou claro que, se a OMS não se alinhar aos interesses da Casa Branca, será simplesmente asfixiada financeiramente. Para a OMS, o gesto foi visto como uma chantagem, principalmente porque a agência depende do dinheiro americano.
A irritação do governo dos EUA com a OMS já perdura desde o ano passado, com o fato da agência tratar de temas como saúde sexual e reprodutivas. Washington formou uma aliança com o Brasil e outros países mais conservadores marcou a posição contrária a da OMS.
No entanto, Pequim, ao longo dos últimos 20 anos, passou a colocar a entidade como uma das prioridades na política externa. Oficialmente, os chineses estariam apenas apoiando uma entidade técnica. Mas fontes admitem que a diplomacia chinesa passou a usar a saúde para tentar transformar e moldar sua imagem no exterior, principalmente nos países em desenvolvimento. Com 12% do orçamento da OMS, a China não esconde que quer influência e poder.