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Nobel da Paz de 2019 vai para Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia

Líder africano competia com os favoritos cacique caiapó Raoni Metuktire e a adolescente sueca Greta Thunberg

Por Da Redação
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Nobel da Paz de 2019 vai para Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia

Foto: Divulgação

Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia, de 43 anos, é o escolhido para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2019. "Estamos orgulhosos como nação", foi a primeira reação do premiado, de acordo com nota emitida nesta sexta-feira (11) por seu gabinete, em Addis Abeba. Ahmed foi responsável pela assinatura da paz com a Eritreia após um amargo conflito de duas décadas, além da mediação decisiva no processo de transição no Sudão, que levou este ano a um acordo entre civis e militares. Desde que assumiu o cargo, em 2 de abril de 2018, já iniciou uma verdadeira revolução democrática na Etiópia. Apoiou a presidência do país para Sahle-Work Zewde, a única mulher chefa de Estado na África, e nomeou um Governo paritário, entre outras reformas profundas.

Segundo o comitê norueguês, a intenção do prêmio é "reconhecer todos os atores que trabalham pela paz e reconciliação na Etiópia e nas regiões leste e nordeste da África".

O líder africano competia, segundo casas de apostas, com os favoritos cacique caiapó Raoni Metuktire e a adolescente sueca Greta Thunberg. Uma de suas primeiras medidas foi a libertação de milhares de presos políticos e o fim do estado de emergência no país, usado pelo Governo anterior para cometer violações dos direitos humanos, segundo organizações internacionais.

Abiy Ahmed, de pai muçulmano da etnia oromo e mãe ortodoxa cristã de Ahmara, embarcou em um caminho de mudanças em um sistema político marcado por equilíbrios étnicos. Engenheiro de computação por formação, ingressou ainda jovem no grupo armado que forçou a queda do ditador Mengistu e, posteriormente, entrou no Exército, onde realizou tarefas de comunicação e inteligência. Em paralelo, iniciou carreira política no Partido Democrático Oromo, tornando-se deputado da coalizão governista em 2010.

Seu ímpeto reformista, que no campo da economia busca a liberalização e a abertura econômica da Etiópia, não foi bem recebido por todos. Em 23 de junho de 2018, apenas três meses depois de chegar ao poder, foi alvo de uma granada que explodiu a menos de 20 metros do local onde estava, embora isso não tenha lhe causado nenhum ferimento. As primeiras investigações apontaram para setores no Exército e nas forças de segurança refratários às mudanças.

No entanto, o Comitê do Nobel ressaltou que valorizou especialmente a assinatura da paz com a Eritreia, um antigo conflito dos dois países vizinhos e que terminou com a restauração das relações diplomáticas em 8 de julho de 2018, como também seus constantes esforços para a paz no Sudão do Sul e no Sudão, onde, a pedido da União Africana, conseguiu que os líderes civis e militares golpistas assinassem um acordo para a criação de um conselho de transição.

O Prêmio Nobel da Paz já havia ido para a África no ano passado, em parte, quando foi dividido entre o médico congolês Denis Mukwege e a ativista iraquiana yazidi Nadia Murad, ambos distinguidos por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra em conflitos armados.

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