Novo marco para malha ferroviária deve destravar R$ 25 bi em investimento
Quatro projetos da iniciativa privada aguardam aprovação da legislação pelo Congresso

Foto: Reprodução/ABIFER
A aguardada aprovação de um novo regime de operação de ferrovias no Brasil pelo Congresso tem potencial para destravar projetos e deslanchar ao menos R$ 25 bilhões em investimentos. Seriam trechos ferroviários construídos do zero por empresas que têm interesse em ligar novos destinos e baratear o custo do transporte de cargas.
De acordo com as informações levantadas pelo Estado de São Paulo (Estadão) e divulgadas nesta segunda-feira (26), existem quatro traçados já discutidos entre o setor e o governo, que podem avançar caso o novo marco legal das ferrovias seja chancelado pelos parlamentares.
A expectativa durante os últimos anos sobre uma nova lei que permita ao setor privado construir ferrovias de seu interesse alimentou a elaboração de vários projetos. É o caso do traçado que pretende ligar Sete Lagoas (MG) a São Mateus (ES), onde a Petrocity Portos vai operar um terminal portuário.
A empresa quer levantar uma ferrovia de 560 km entre as duas cidades, com investimento previsto em R$ 6,5 bilhões. O ramal já tem nome: Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo. Autorizada a operar um terminal portuário em Alcântara (MA), a Grão Pará Multimodal (GPM) também tem nos seus planos construir uma ferrovia de 515 km e R$ 6,2 bilhões de investimentos.
O primeiro trecho da denominada Estrada de Ferro do Maranhão, de 215 km, ficaria entre o terminal e a cidade de Alto Alegre do Pindaré (MA), onde o ramal se conectaria com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), operada pela Vale. No futuro, o grupo pretende construir mais 300 km para se ligar à Ferrovia Norte-Sul.
O novo modelo de operação de ferrovias também pode impulsionar a extensão de traçados por empresas que já exploram trechos em formato de concessão. Como no caso dos cerca de 700 km que devem ligar as cidades mato-grossenses de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde.
Ao menos R$ 8 bilhões seriam necessários para erguer a ferrovia, importante para o escoamento da produção agrícola. O trecho se conectaria à Malha Norte, operada pela Rumo que, juntamente com a Malha Paulista, forma um corredor até o Porto de Santos (SP).
Outro projeto que pode sair da expansão de uma ferrovia já existente é o arco Luziânia (GO)-Unaí (MG)-Pirapora (MG), cobrado há anos por produtores rurais da região para capturar a demanda agrícola do oeste mineiro. O valor do investimento é estimado em cerca de R$ 4,9 bilhões. A VLI, empresa que opera a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), é apontada como uma potencial investidora desse trecho.


