A criação da Aliança pelo Brasil não poderia ter sido anunciada por outro meio: o Facebook foi a rede social usada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro para confirmar, primeiro, sua desfiliação ao PSL, e também já dar nome à sigla que vai comandar daqui pra frente. É o fim definitivo do curto relacionamento de altos e baixos entre Bolsonaro e o encrencado Partido Social Liberal.
“Agradeço a todos que colaboraram comigo no PSL e que foram parceiros nas eleições de 2018”, afirmou, numa clara referência à sua eleição à presidência da República, lembrando que Bolsonaro praticamente levantou o partido do zero. De nanico, hoje o PSL é um considerável, apesar de supostos escândalos de laranjas, partido dentro do Congresso.
O rompimento em definitivo já era esperado, devido à crescente tensão – no mês passado – entre Bolsonaro e o presidente da sigla, Luciano Bivar. No centro do conflito estavam mais de R$ 400 milhões aos quais a legenda tem direito para estrutura e campanha eleitoral.
Daqui em diante, será uma trajetória nada fácil ao presidente. Montar uma nova sigla significa encarar processos burocráticos, engajar simpatizantes e respeitar normas e ritos do Tribunal Superior Eleitoral. Hoje, no TSE, existe uma lista de 76 partidos que já comunicaram estar em processo de formação, portanto, o Aliança pelo Brasil deve entrar na fila, mesmo que certamente a maior não terá a mesma robustez do partido do presidente e ficará pelo meio do caminho.
Num prazo de dois anos, é necessário apresentar as assinaturas de 0,5% dentre os eleitores registrados, todos os nomes que não podem ser filiados à outra legenda. Hoje, seriam 491.967. Estes apoios também precisam estar distribuídos por ao menos um terço dos estados. Este é o caminho que o Aliança pelo Brasil terá que trilhar para sair da ideia.
