Número de fábricas ilegais de bebidas aumentou no Brasil
Quantidade de fábricas clandestinas interditadas por autoridades no país saltou de 12 para 80 entre 2020 e 2024

Foto: Divulgação/Policia Civil
Entre 2020 e 2024 a quantidade de fábricas clandestinas interditadas no Brasil, teve um aumento significativo de 12 para 80, com uma interdição a cada cinco dias. Os dados foram apresentados no “Anuário da falsificação”, publicado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).
O relatório aponta que 185 mil garrafas de bebidas alcoólicas adulteradas foram retiradas de circulação só nos oito primeiros meses de 2024.No caso dos destilados, que causaram as intoxicações recentes, entidades do setor calculam que mais de um terço (36%) do total comercializado no Brasil é falsificado.
Segundo a ABCF o faturamento dos grupos criminosos envolvidos no mercado clandestino é estimado em R$62 bilhões anuais. Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) calcula que, entre 2016 e 2022, a quantidade de litros fabricados ilegalmente dobrou, passando de 128 milhões para 256 milhões. Ambos os documentos destacam a presença do crime organizado no negócio das bebidas falsificadas.
Nesta sexta-feira (3), a Polícia Federal, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) realizou uma nova etapa de fiscalizações em indústrias de bebidas. As ações ocorreram no interior de São Paulo, na região de Campinas, em Santa Catarina, nas cidades de Chapecó e Joinville, e em Minas Gerais, no município de Poços de Caldas.
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (2) a urgência do projeto de lei que torna crime hediondo a falsificação de bebidas alcoólicas e adulteração de alimentos. A medida acelera a tramitação da proposta, permitindo que ela pule a fase de análise nas comissões e seja votada diretamente em plenário.
Suspeita na Bahia
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana informaram, na manhã desta sexta-feira (3), que foi registrado o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no estado.
Em nota, a Sesab disse que trata-se de um homem de 56 anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha, em Feira de Santana, e morreu nesta madrugada. Amostras biológicas foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, com resultado previsto em até sete dias, para confirmar ou descartar a hipótese de intoxicação.
Até o momento, já foram registrados 59 casos relacionados à intoxicação por metanol no Brasil, conforme informações fornecidas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em coletiva de imprensa na quinta-feira (2). Em São Paulo foram registrados 53 casos, 5 em Pernambuco e um no Distrito Federal. Dentre as notificações, em 11 foi detectada a presença do metanol por meio de analise laboratorial.