O preço da vida

Por Editorial
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O preço da vida

Foto: Reprodução

Zilda Henrique dos Santos Leandro, baleada sábado passado na Rua Barão de Amazonas, em Niterói, por pedir R$ 1 ao homem que em fração de milésimos de segundos passou de um ordinário transeunte a assassino, é, enfim, apenas uma estatística. A moradora de rua é uma dentre 27 pessoas assassinadas somente em 2019, naquela região, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão responsável pelas estatísticas de criminalidade do Rio de Janeiro.

A barbárie se apresenta como amálgama da dureza do cotidiano, num cenário em que se torna cada vez mais difícil imaginar até que ponto o ser humano é capaz de se envolver com a perversidade e se afastar de sentimentos como empatia e solidariedade. 

A truculência e sangue frio do assassino de Zilda, uma moradora de rua, são pavorosos e explica porque aumenta, dia a dia, o medo de pessoas em um ato tão ordinário, como andar por diversas do estado carioca.

Aderbal Ramos de Castro, que sacou um revólver e faz ao menos dois disparos contra Zilda, também é uma estatística. Os noticiários escancaram dezenas de indivíduos emocionalmente desequilibrados ao ponto de tirar a vida de outra pessoa por questões banais ou, como no caso da moradora de rua, em situação de miséria para suprir necessidades primais, como se alimentar, sobreviver. 

Pouco ou nada importa se a mulher incomodava o assassino em pedir-lhe dinheiro, nada justifica uma morte. Ninguém deve morrer por se sujeitar às ruas e, ainda assim, ser tida como ameaça à sociedade. O assassino, incomodado que ficou, poderia se dirigir ao batalhão da Polícia Militar que estava a 800 metros dali e dar queixa do suposto medo de assalto, no entanto, apenas optou pela brutalidade. Em todos os cenários ele é o erro de um Brasil em frangalhos.

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