Operação Overclean: quarta fase afasta três servidores públicos na Bahia e cumpre 16 mandados de busca
Segundo portal Metrópoles, prefeitos baianos são alvos

Foto: Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) iniciou nesta sexta-feira (27) a quarta fase da Operação Overclean. Três ordens de afastamento cautelar de servidores públicos de suas funções, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são cumpridas na Bahia.
Segundo o portal Metrópoles, as determinações miram três prefeitos baianos ligados ao deputado federal Félix de Almeida Mendonça Júnior (PDT-BA), que passa a figurar como um dos investigados do esquema.
Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão são cumpridos nesta sexta, nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, todas na Bahia.
A Overclean investiga uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra às Secas (Dnocs), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA). O esquema teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão.
O núcleo investigado é suspeito de atuar na liberação de emendas destinadas aos municípios de Boquira, Ibipitanga e Paratinga, no período de 2021 a 2024, mediante pagamento de vantagem indevida, além de atuar na manipulação de procedimentos licitatórios.
Os recursos públicos eram provenientes também de convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais. A organização utilizava o superfaturamento de obras e desvios financeiros.
Ao todo, 16 pessoas foram presas em outras fases da operação. Dessas, 11 foram soltas por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF) em dezembro.
A PF identificou o empresário Marcos Moura, mais conhecido como “Rei do Lixo”, como um dos 'cabeças' do esquema. Moura é proprietário de um grupo empresarial que atua no ramo de limpeza urbana em 17 estados do país.
Filiado ao União Brasil, o empresário é ligado ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). A PF, inclusive, apontou indícios de que era o ex-prefeito quem facilitava os negócios do grupo empresarial por meio de desvios de emendas.
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