Pandemia atrapalhou relações de emprego doméstico, diz Dieese
Brasil tem 6,23 milhões de trabalhadoras domésticas

Foto: Agência Brasil
De acordo com um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) divulgado na sexta-feira (17), a crise causada pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil aumentou as relações de desigualdade existentes no país, e o emprego doméstico foi diretamente afetado. O estudo, denominado “Quem cuida das cuidadoras: Trabalho doméstico remunerado em tempos de coronavírus”, aponta que isso ocorre tanto pelas características da ocupação quanto pela forma como o vírus atinge as relações de cuidados e afazeres domésticos no país.
Ainda segundo o estudo do Diesse, o trabalho doméstico é desempenhado principalmente por mulheres negras. A média de idade das mulheres é alta, o que as coloca em situação de maior vulnerabilidade ante a pandemia. Além disso, boa parte delas é responsável pela renda familiar, 45% delas são chefes de domicílio, e sua renda é muito importante para a família.
Devido a esses fatores, instituições como ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) lançaram o documento Trabalhadoras remuneradas do lar na América Latina e no Caribe frente à crise da Covid-19, que traz 13 recomendações para que os países envolvidos protejam as trabalhadoras domésticas e reduzam os impactos da crise sobre elas.
O Brasil tem 6,23 milhões de trabalhadoras domésticas, das quais 70% não têm carteira assinada. Apenas 38% dessas trabalhadoras contribuem para a Previdência Social.