Para cada trabalhador formal que ficou desempregado, dois informais ficaram sem trabalhar
Cálculos foram feitos com base na Pnad Contínua, do IBGE

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A cada mês os resultados dos impactos da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, se mostra negativo quanto ao mercado de trabalho. Para cada trabalhador com carteira assinada que ficou desempregado, dois informais ficaram sem trabalhar entre fevereiro e maio, segundo pesquisa realizada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Hélio Zylberstajn, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nesse período, mais de 3 milhões de informais perderam a principal fonte de renda, o que os deixam mais expostos aos efeitos da crise. No caso dos formais, 1,99 milhão ficaram desocupados. “O grupo informal foi o que mais sofreu logo no início da quarentena. Para eles, a ocupação se dissipou imediatamente, na medida em que a demanda por seus serviços desapareceu”, diz Zylberstajn.
Um levantamento feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) apontou que com a redução de salário por conta da pandemia, 3,8% das famílias acabaram atrasando o pagamento de contas, enquanto 9,1% ficaram inadimplentes por terem perdido o emprego.
O professor Zylberstajn avaliou ainda que o emprego formal teve um melhor desempenho no mercado de trabalho por causa das medidas de redução de jornada de trabalho e salários e a suspensão dos contratos. “O prejuízo foi contido, sem a Medida Provisória 936 teria sido pior."