PEC do Voto impresso é "perda de tempo", diz presidente da Câmara
Arthur Lira disse confiar na urna eletrônica e voltou a defender o semipresidencialismo

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
Um dia após o presidente da República, Jair Bolsonaro, mais uma vez defender a adoção do voto impresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, indicou nesta sexta-feira (30) que a PEC 135/2019, que trata sobre mudança no sistema de voto no país, não deve ser levada ao Plenário, caso aprovada na Comissão que discute o assunto.
Em um evento online organizado pela Conjur, nesta sexta pela manhã, Lira disse que se trata de uma "perda de tempo", já que a impressão do voto já foi aprovada em 2015, em uma minirreforma eleitoral que teve o dispositivo barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. O posicionamento majoritário entre os ministros da Corte foi de que a alteração colocaria em risco o sigilo e a liberdade do voto, contrariando a Constituição Federal.
"Esse assunto deveria ser tratado no Senado. Votar uma segunda PEC na Câmara para depois ir ao Senado e ter o mesmo destino seria perda de tempo", frisou Lira, que ainda reafirmou sua confiança na urna eletrônica.
Arthur Lira voltou a defender o semipresidencialismo, em que o poder do presidente seria compartilhado com um primeiro-ministro.
"O sistema semipresidencialista carece de clareza partidária mais firme dos eleitores. Precisamos ter a diminuição partidária. Há modelos que podemos nos mirar de outros países, mas o Brasil é muito peculiar e esta saída não pode ser tratada como casuísmo", opinou.