Pedido de vista adia votação de reajuste salarial dos professores de Salvador na Câmara
Criticada pelos profissionais de educação, proposta só deve voltar ao plenário na quinta (22)

Foto: CMS/ Antonio Queiros
A bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS) pediu, na segunda-feira (19), vista ao projeto de lei do Executivo que trata do reajuste salarial do funcionalismo público. Com o pedido, a proposta — alvo de críticas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) — não será votada na sessão de quarta-feira (21).
Logo após a sessão ordinária de segunda, os vereadores membros das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Finanças, Orçamento e Fiscalização (CFOF) e de Educação se reuniram para discutir o projeto apresentado pelo Executivo.
O encontro resultou na apresentação do pedido de vista pela líder da bancada de oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB). Segundo ela, o pedido de mais tempo para estudar o projeto se deve à forte insatisfação dos profissionais da educação, que reivindicam o pagamento do piso salarial por parte da Prefeitura de Salvador.
“Nós precisamos de tempo para analisar. Há uma reclamação muito grande dos trabalhadores em educação, como de todas as outras categorias. Tem categorias, inclusive, que dizem não estar contempladas no projeto. Então, a Câmara tem muita responsabilidade. A Câmara é quem vota o projeto e autoriza o Executivo a fazer as despesas”, afirmou à imprensa.
Greve dos professores e projeto de lei
Em greve desde o dia 6 de maio, os professores da rede municipal de ensino cobram que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) cumpra o pagamento do piso salarial da categoria e melhore as condições de trabalho nas salas de aula.
A Prefeitura de Salvador apresentou na semana passada uma proposta de reajuste escalonado, que prevê aumento mínimo de 6,27% para a categoria. Os professores não aceitaram.
Ainda assim, Bruno Reis enviou a proposta à Câmara na sexta-feira (16). Sob fortes protestos, na segunda-feira (19), os professores pediram que o projeto de lei fosse retirado da pauta para maior discussão.
Com o pedido de vista, o projeto deve ser votado na próxima quinta-feira (22), conforme prevê o regimento interno da Câmara, que estabelece um prazo de 72 horas para análise após a solicitação.