PF indicia ex-ministro Silvio Almeida em inquérito sobre assédio e importunação sexual
Procuradoria-Geral da República decidirá se apresenta denúncia, solicita novas diligências ou arquiva o caso

Foto: Agência Brasil/Rafa Neddermeyer
O ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida foi indiciado pela Polícia Federal nesta sexta-feira (14), no âmbito do inquérito que apura os crimes de assédio e importunação sexual. O relatório foi enviado ao ministro do STF André Mendonça, relator do caso, que já o encaminhou à PGR (Procuradoria-Geral da República).
Um inquérito é uma investigação formal conduzida pela polícia ou outro órgão competente para apurar se houve prática de crime. Ele serve para reunir provas, ouvir testemunhas e analisar fatos antes de decidir se alguém deve ser denunciado à Justiça. No caso de crimes que envolvem autoridades públicas, como ministros, o inquérito pode ser enviado à Procuradoria-Geral da República, que decide se apresenta denúncia, solicita novas diligências ou arquiva o caso.
Procurada pela TV Globo, a defesa do ex-ministro disse que não irá se pronunciar sobre a abertura do inquérito.
Relembre o caso
O ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, foi denunciado por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres em 2024. As denúncias foram feitas à organização Me Too Brasil, instituição que acolhe vítimas de violência sexual. O Me Too alegou, na época, ter recebido denúncias de mais de uma mulher, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
O Me Too não divulgou os nomes das mulheres que fizeram as denúncias, mas posteriormente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou as acusações ao Fantástico. Em entrevista ao programa, Anielle revelou que os assédios duraram mais de um ano. Segundo ela, os casos começaram com cantadas e escalaram para situações que mulher nenhuma merece passar.
Ao ser questionada sobre a informação de que Silvio teria a tocado por debaixo da mesa em uma reunião realizada no dia 16 de maio de 2023, a ministra se emocionou e perdeu a fala.
“Você tocar, assediar ou violentar o corpo de uma mulher é uma das coisas mais abomináveis que podem existir. É por isso que toda vez que eu preciso falar e lembrar disso, eu digo para mim mesma que Anielle foi vítima, mas, enquanto ministra de Estado, mãe, feminista, negra, irmã, tem uma responsabilidade nesse lugar de combater e fazer com que esse país vire um lugar melhor para todas nós”.
Silvio Almeida nega acusções
No mesmo dia em que a denúncia contra ele se tornou pública, Silvio Almeida usou o site do Ministério dos Direitos Humanos para publicar uma nota e postou um vídeo nas redes sociais negando as acusações.
Ao Fantástico, o advogado do ex-ministro ressaltou que ele é inocente e disse não ter acesso a nada sobre o processo, que está em segredo de Justiça. “Ele [Silvio Almeida] nega veemente todas essas referências feitas em desfavor dele. O mais importante é que essa investigação segue sigilosa nós não tivemos acesso a nenhum depoimento, o que não é razoável é que em plena vigencia da constituição a defesa saiba de episódios a partir do noticiário. Evidentemente que quando essas versões foram expostas vamos contraditar todos eles e a verdade vai prevalecer”, disse Nélio Machado.
Leia também:
Só queria que parasse', diz Anielle a revista sobre caso Silvio Almeida
'A gente segue apesar de tudo', diz Anielle em 1º evento público após demissão de Silvio Almeida


