Portal da Transparência: Covid-19 faz despesa pública disparar e se tornar a maior em cinco anos

Governo já gastou R$ 3,16 trilhões em 2020; só o controle da pandemia exigiu R$ 562,5 bilhões

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FOTO: Reprodução

Dados do Portal da Transparência, plataforma de prestação de contas do governo federal, administrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) mostram que a despesa do governo federal chegou a R$ 3,16 trilhões até novembro – um aumento de 21% em relação ao gasto total em 2019. As despesas ligadas ao combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, puxaram o valor para cima e devem impactar as contas públicas também em 2021. O valor é o maior da série histórica iniciada em 2016. 

Para o Ministério da Economia o número é um pouco maior: R$ 3,65 trilhões. Segundo a pasta, esse valor foi empenhado, ou seja, formalmente reservado para compromissos assumidos com terceiros, até 16 de novembro. O orçamento aprovado para 2020 foi de R$ 4 trilhões, fora os recursos destinados à Covid-19.

Veja gastos por ano segundo o Portal da Transparência:

2016 – R$ 2,49 trilhões
2017 – R$ 2,39 trilhões
2018 – R$ 2,52 trilhões
2019 – R$ 2,61 trilhões
2020 (até novembro) – R$ 3,16 trilhões

De acordo com o balanço do Ministério da Economia, até agora foram gastos com a pandemia R$ 562,5 bilhões. Esse dinheiro foi usado, por exemplo, para compra de testes, remédios e insumos para o Sistema Único de Saúde (SUS), além de despesas com o auxílio emergencial pago aos brasileiros mais atingidos pelos efeitos do avanço da Covid-19. Ao todo, o orçamento na pandemia é de R$ 605 bilhões.

Desaceleração

Os dados do Portal da Transparência mostram ainda que desde setembro a execução do orçamento está caindo. Novembro tende a ser o mês com o menor percentual gasto no ano. Até o momento, a despesa do governo foi de 4,3% do orçamento. Julho foi o mês em que o governo mais executou o orçamento e usou 16,43% do reservado.

O Ministério da Economia justifica que houve a redução de despesas com a pandemia causada pela Covid-19, uma vez que a maioria já foi executada em meses anteriores.

Em maio e junho, mesmo tendo sido meses em que o Brasil começava a enfrentar mais intensamente os efeitos do coronavírus, a velocidade de execução caiu. Passou de 10,23% em março, para 6,88% e 7,7% em maio e junho, respectivamente. Ainda assim, superou outros anos. Normalmente, os gastos públicos aumentam entre outubro e dezembro.

Os órgãos do governo federal com maior despesa são os ministérios da Economia (R$ 1,9 trilhão), Cidadania (R$ 296 bilhões), Saúde (R$ 137 bilhões) e Educação (R$ 99 bilhões). Já as áreas específicas com mais gastos são previdência social, assistência social, saúde, educação e trabalho.
 


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