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Professores usam a gamificação na sala de aula para prender a atenção dos alunos

Técnica contribui para o desenvolvimento e aprendizagem dos estudantes

Por Ane Catarine Lima
Às

Professores usam a gamificação na sala de aula para prender a atenção dos alunos

Foto: Getty Images

Não importa como, toda criança ama brincar. Atualmente, com o mundo globalizado e conectado, os jogos eletrônicos se tornaram uma das diversões preferidas dos pequenos que têm a autonomia de escolher quando e onde vão brincar, seja no computador, console tablet ou celular. Com infinitas opções de histórias e estilos, os games permitem que as crianças transitem por vários universos. Porém, além da diversão, os jogos eletrônicos também podem contribuir para o desenvolvimento e aprendizado. 

Especialistas apontam que, quando aproveitado corretamente, os jogos contribuem positivamente para o desenvolvimento das crianças e também ajudam na aprendizagem pois  apresentam uma série de narrativas e desafios a serem solucionados pelos pequenos de forma totalmente lúdica e interativa. Por isso que, visando prender a atenção dos alunos, os professores viram nos games uma ótima alternativa para tornar as aulas mais interessantes. 

Para o coordenador de conteúdo digital do Aprende Brasil, Cassiano Novacki, “um dos desafios mais importantes dos nossos tempos é encontrar formas de tornar o aprendizado uma atividade divertida”. “A união da educação com a tecnologia colabora com o desenvolvimento do aprendizado por meio do uso de canais sensoriais”, disse o coordenador.  “Por isso usamos vídeos, músicas e elementos interativos. Incorporar elementos das redes sociais e dos jogos online ao ensino é fundamental para vencer a disputa pela atenção das crianças e adolescentes”, completou.  

A aplicação de elementos e conceitos de jogos em atividades que, normalmente, não se relacionam com esse universo é chamada de “gamificação”. A editora multimídia do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Giselle Lourenço Corso, explicou ao Farol da Bahia o conceito do termo: “Gamificação, do inglês gamification, é utilizado para representar um conjunto de atividades organizadas com base na mecânica dos jogos, cujo objetivo é engajar pessoas para resolver problemas e melhorar a aprendizagem”, disse.

“É importante ressaltar que a gamificação não pressupõe apenas o uso de dispositivos eletrônicos como tablets, celulares e computadores, mas também pode ser realizada por meio de suportes analógicos”, completou. 

Basicamente, a gamificação é uma proposta que busca trazer elementos como a interatividade, os desafios, e a tecnologia aplicada em games para inseri-los em um outro contexto, como o da educação, para criar uma proposta de ensino diferente do habitual. De acordo com Giselle Lourenço, a gamificação pode ser aplicada em diversos contextos, de diferentes formas e também combinada e adaptada conforme o desejo do professor. 

“Ela [gamificação] também é uma boa ferramenta para ser trabalhada tanto no ensino híbrido quanto no presencial, podendo ser usada de mil e uma maneiras e em todas as etapas de escolarização. É fundamental ressaltar que, para obter êxito por meio dessa estratégia didática, é muito importante que o professor ou facilitador tenha bem definidos os objetivos do game que aplicará com a turma”, afirmou.

Para a especialistas, a utilização da gamificação e demais estratégias ativas de aprendizagem nas instituições escolares pressupõe um incansável trabalho de criação, adaptação, experimentação, testes e ajustes. Quando a técnica é utilizada da forma correta no ambiente escolar pode proporcionar inúmeros benefícios aos alunos, segundo a especialista.

Ainda de acordo com Giselle Lourenço, as atividades desenvolvidas com a estratégia da gamificação dão ênfase a desafios, conquistas, recompensas e desenvolvem habilidades cognitivas e competências socioemocionais como:

-ampliação das capacidades de análise e síntese
-desenvolvimento do pensamento crítico
-resolução de situações-problema
-tomada de decisão responsável
-autoconsciência
-autogestão
-consciência social
-habilidade de relacionamento

Confira outros três benefícios da gamificação:

Coletividade e responsabilidade

Embora vários games sejam de competição entre jogadores, a fase de desenvolvimento deles envolve muita colaboração. O mestre, historiador e pós-graduado em Games Rodrigo Ayres de Araújo, conhecido no mundo virtual como "Barão do Pirapora", ressalta que, quando propõe um novo jogo, costuma distribuir as funções entre os alunos. E, mesmo que as funções sejam individuais, ele aponta que o resultado final depende do bom funcionamento do grupo como um todo. Segundo ele, isso estimula o senso de coletividade e responsabilidade entre as crianças e adolescentes.

Imersão nos conteúdos

Qualquer que seja a disciplina em que a gamificação é inserida, ela gera instantaneamente uma necessidade: mergulhar no assunto que será tema do jogo. Antes de desenvolver qualquer coisa, os estudantes precisam se aprofundar no conteúdo e entender detalhes específicos sobre ele. Para Araújo, todo o processo oferece oportunidades para ampliar o aprendizado.

Aprendizado lúdico

Motivação é uma das palavras-chave para entender o poder dos jogos no ensino. A coordenadora do Núcleo São Paulo da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, Gislaine Batista Munhoz, destaca que o desafio de criar um game é, por si próprio, um motivador. 

“Você mobiliza o estudante a procurar conhecimentos para viabilizar o projeto. Ele é protagonista e autor da ação. Por isso, trabalhamos sempre conteúdos que as crianças curtem, fazendo conexões com o que precisamos que elas aprendam. Assim, aprender se torna muito mais lúdico”, conclui. 
 

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