Programas sociais do governo evitaram que quase 30 milhões de pessoas fossem atingidas pela pobreza

Iniciativas a exemplo do Auxílio Emergencial foram cruciais para evitar situação crítica

[Programas sociais do governo evitaram que quase 30 milhões de pessoas fossem atingidas pela pobreza]

FOTO: Agência Brasil

Os programas sociais do Governo Federal evitaram que a pobreza no país subisse quatro pontos percentuais durante a crise provocada pela Covid-19. Sem iniciativas a exemplo do Auxílio Emergencial, Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Brasil teria passado de 14% de população pobre em setembro deste ano. Em números totais, seriam 29,6 milhões de pessoas, com famílias somando renda abaixo de US$ 1,90 per capita diariamente, por paridade de poder de compra.

Os cálculos foram feitos pelo economista Vinícius Botelho, pesquisador associado da Fundação Getulio Vargas (IFGV), que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua e da PNAD Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A pobreza está no menor patamar da história em função dos programas sociais. A gente tem uma taxa de 2,4% de pobreza monetária (que leva em consideração apenas a renda recebida pelo indivíduo) em setembro. É um número muito baixo. Em 2019 era muito maior, com as taxas de pobreza considerando a renda efetiva em 7,5% e a habitual em 6,5%. A pobreza foi reduzida em cinco pontos percentuais quando se olha o dado de renda efetiva”, disse Vinícius.

A renda habitual é a aquela em que os trabalhadores normalmente recebem pela atividade exercida, um indicador mais estável, porque reflete uma média e é o mais utilizado no cálculo da pobreza monetária. A renda efetiva é aquela em que o indivíduo realmente recebeu pelo trabalho, já que considera a inflação e possíveis encargos, por exemplo. O segundo parâmetro foi utilizado pelo pesquisador em função da excepcionalidade da ocasião, o que deixou a renda habitual em momento mais instável.

Ações do Governo

Mesmo que a demanda pelos programas sociais tenha tido um crescimento em aproximadamente 40% frente a crise provocada pela covid-19, houve diminuição da pobreza por causa das ações adotadas pelo Governo Federal.

Em maio, quando a crise estava em pico crescente e a economia ficou afetada, a pobreza poderia ter chegado a 17,1% se não fossem os programas sociais. O percentual foi tendo queda, passando para 16,7% em junho, 15,3% em julho, 14,3% em agosto, até chegar a 14% em setembro.

Tendência para queda

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE, que foi divulgada no dia 12 de setembro já havia indicado que a pobreza teve queda de 25,3% para 24,7% da população brasileira entre 2018 e 2019. São pessoas que viviam com renda de até US$ 5,50 diariamente no ano passado. A pesquisa indica também que a extrema pobreza, que abrange quem possui rendimento diário de até US$ 1,90, se manteve estável em 6,5% no mesmo período.

Ainda de acordo com a SIS, 11,8% da população viviam em 2019 com até um quarto do salário mínimo per capita mensal (aproximadamente R$ 250) e aproximadamente 30% com até meio salário mínimo per capita mensal (R$ 499). Para a primeira faixa, programas sociais a exemplo do Bolsa Família e o Benefício da Prestação Continuada (BPC) representaram mais de um terço dos rendimentos totais no ano passado.


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