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Relatórios da Abin alertaram Bolsonaro e ministros sobre benefícios da quarentena

Mais de 45 documentos foram escritos entre os meses de abril e maio

Por Da Redação
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Relatórios da Abin alertaram Bolsonaro e ministros sobre benefícios da quarentena

Foto: Reprodução/G1

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) adotou, em documentos endereçados ao Palácio do Planalto e a ministérios, um discurso radicalmente oposto ao do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus. Um lote de 47 relatórios diários, num total de 950 páginas, alertou o governo sobre a necessidade do isolamento social para conter a doença, segundo informações do jornal O Estado de São Paulo.   

Os relatórios, produzidos entre os meses de abril e maio, abasteceram o gabinete do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde e o grupo liderado pelo chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que acompanha o avanço da pandemia. O CCOP (Centro de Coordenação de Operação do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19), foi criado em março por Bolsonaro para tirar o protagonismo do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Cada relatório da Abin sobre o coronavírus tem cerca de 20 a 30 páginas. A agência analisa o cenário da doença no Brasil, em cada Estado, e em países de todos os continentes. Também resume estudos sobre diagnóstico e impactos econômicos e sociais da pandemia no mundo. Para a equipe de inteligência, apesar de ser difícil definir o tempo entre o começo das restrições e a redução de novos casos, o sucesso foi maior em países que se anteciparam.

Cloroquina

O produto é mencionado nove vezes. Nos trechos, a agência apenas informa apenas os locais aonde o medicamento é utilizado ou que há pesquisa em andamento sobre a eficácia terapêutica, mas não chega a julgar se é válido ou não apostar no tratamento. Os documentos mostram, ainda, projeções de casos e mortes no País para os dez dias seguintes.

Os cenários mais e menos graves são calculados com base na curva de países como o próprio Brasil, além de Reino Unido, Itália, EUA, Japão, entre outros. A aposta no "cenário referência Brasil" costuma ser certeira, conforme documentos elaborados até 13 de maio. Os dados são retirados de estudos do próprio Ministério da Saúde.

Isolamento Vertical 

A análise da agência, contraria o discurso do presidente de que a doença atinge apenas as pessoas que pertencem ao grupo de risco. Nos documentos, a agência repete que o número de pacientes sem comorbidades tem crescido de aproximadamente 20% para 35%, "mostrando que número significativo de pessoas saudáveis é atingido pela doença, ao contrário do que se acreditava inicialmente".

Em 13 de maio, a Abin afirmou que o País está na fase de "aceleração da epidemia". "Além disso, o Brasil ainda tem testagem com baixa representatividade (cerca de 3 mil por 1 milhão) e distribuída de modo não uniforme, o que impossibilita avaliar de forma precisa a incidência e sua evolução em cada cidade", argumentou a agência.

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