O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), disse nesta terça-feira (31), durante conversa com a imprensa, que a comissão irá ouvir o advogado Marcos Tolentino da Silva, apontado como sócio oculto da empresa FIB Bank, na próxima quarta-feira (1°). A convocação foi sugerida pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). 

Ainda em conversa com a imprensa, Calheiros detalhou os próximos depoimentos: “Nós já aprovamos outros requerimentos e vamos ouvir amanhã o Marcos Tolentino, que é um depoimento muito importante. Na sequência nós vamos ouvir Marconi Farias, que é uma espécie de lobista da Precisa e de outras empresas junto ao Ministério da Saúde. Na próxima semana, nós vamos ouvir a Karina Kufa (advogada de Bolsonaro) e, além dela, vamos ouvir novamente o coronel Elcio Franco, responsável pelas tratativas de aquisição das vacinas”, explicou.  

De acordo com o relator, na semana do 7 de setembro as atividades da CPI serão paralisadas. “Essas últimas manobras, como eu já havia anunciado, evidentemente postergam a própria apresentação do relatório final. Eu pretendia fazê-lo no início da segunda quinzena de setembro, mas eu já posterguei para o dia 24. Ou seja, nós vamos nos aproximando do final do mês. Não vamos deixar de investigar”, afirmou.

Além disso, Calheiros voltou a falar da importância de ouvir o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva. “É muito importante ouvir o motoboy porque temos muitas informações que comprovam essa roubalheira. É importante ouvi-lo para que a gente possa amarrar as pontas da investigação", disse. 

Senadores da CPI da Covid apresentaram nesta terça-feira (31) fotos que, segundo eles, indicam que o motoboy fez o pagamento de ao menos quatro boletos em benefício de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. 

Nas fotos, Ivanildo aparece fazendo uma entrega em uma agência do banco Bradesco em horários, dias e locais que constam em extratos de quitação das contas. Os pagamentos aconteceram em maio e junho deste ano. Roberto Ferreira Dias foi demitido do ministério em 29 de junho, após a acusação de ter cobrado propina pela aquisição de vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. 

De acordo com os parlamentares, há ainda provas de pagamentos de boletos em outros momentos e valores. A cúpula da CPI pretende incluir as imagens em recurso contra a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu que Ivanildo não prestasse depoimento à comissão.