Ministro dos Transportes vai processar a Braskem por vazamento de indenização
Renan Filho diz que divulgação de cifras pagas representa sua "revitimização", segundo revista

Foto: Agência Brasil
O Ministro dos Transportes Renan Filho (MDB) decidiu processar a Braskem após vazamento de valor de indenização recebida. O ministro alega que a empresa divulgou publicamente o montante recebido por ele como indenização por ter um imóvel na região cujo solo afundou como consequência da destruição de sal-gema pela petroquímica. A informação é da revista Veja.
Empresas e pessoas físicas, incluindo o ministro, que tinham propriedades nos bairros afetados foram indenizadas, mas, segundo ele, os valores são confidenciais e deveriam permanecer desta forma. No entanto, a Braskem registra que Renan Filho recebeu pouco mais de 4,2 milhões de reais por ter tido de realocar a empresa Sistema Costa Dourada de Radiodifusão, que reúne rádios dele e da esposa, como uma afiliada da CBN.
Além disso, em ofício, a empresa também registrou que o ministro e sua família receberam outros valores como parte do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, mas, por ordem judicial, as cifras são sigilosas. Na avaliação de Renan Filho, nenhum dos dois valores deveria ter se tornado público por estarem abrigados por cláusulas de confidencialidade.
A interlocutores, ele afirma que acionará a petroquímica judicialmente porque o vazamento dos valores pagos representa uma “revitimização” dele. Desde 2018 a população de Maceió identifica tremores no solo e rachaduras em edificações como consequência da atuação da Braskem na exploração de sal-gema. Em dezembro passado, parte de uma das minas cedeu.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai do ministro, conduziu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a responsabilidade da Braskem no episódio. O acordo entre a prefeitura de Maceió, liderada por João Henrique Caldas, aliado do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), e a Braskem também está em destaque, com a petroquímica comprometendo-se a pagar 1,7 bilhão de reais em seis parcelas, sendo 1 bilhão este ano, coincidindo com as eleições municipais.