Rendido, de joelhos

Por Editorial
Às

Rendido, de joelhos

Foto: Reprodução

Misturar política com futebol requer jogo de cintura. O político que tenta se avançar no campo do esporte deve estar preparado, de corpo e alma, para ser combativo e ser uma peça imponente ali no confronto homem a homem. Caso contrário, pode ser um festival de besteiras e vergonha alheia.

É, claro, uma resenha que se sobrepõe ao papelão do governador Wilson Witzel, que se ajoelhou diante do jogador do Flamengo, Gabigol, no último sábado em Lima (Peru), e foi solenemente ignorado.

Humilhação, terceiro gol do Rubro-Negro diante do histórico jogo contra o argentino River Plate na final da Copa Libertadoras, chame como quiser; foi, de qualquer forma, um ato desnecessário de uma autoridade cuja credibilidade, em menos de um ano à frente do Rio de Janeiro, já se encontra na berlinda. 

Sem malemolência, Witzel levou um drible desconcertante e virou alvo de piada nas redes sociais, o mesmo ambiente que o já massacrou por ao menos duas atitudes, por certo, eticamente questionáveis: quando vibrou como se tivesse feito um gol diante da morte de Wilian Augusto da Silva, de 20 anos, que sequestrou um ônibus na Ponte Rio Niterói em agosto passado (abatido por um sniper num momento em que não representava um perigo aos reféns que eram liberados). E, também, recentemente, ao ter seu nome envolvido no caso Marielle Franco, apontado pelo presidente Jair Bolsonaro como suposto obstruidor das investigações da polícia do Rio de Janeiro.

Witzel, urgente, precisa repensar sua conduta como governador e, principalmente, como governador do Rio de Janeiro, um estado assolado por uma desenfreada violência, com índices astronômicos de criminalidade e bandidagem, além de falta de dinheiro na máquina pública para honrar, como deve, os compromissos com servidores. O Rio de Janeiro é um eterno Fla-Flu que, até o momento, só deixa o governador de joelhos.

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