Santa dos pobres aos políticos: Dulce fez da relação com empresários pilar da OSID
Até hoje, a sede de sua entidade passou a ser parada obrigatória para políticos

Foto: Gilberto Lima/Estadão
Com canonização prevista para acontecer neste domingo (13), a primeira santa brasileira,Irmã Dulce, deve receber a homenagem de diversos políticos baianos, como o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto. Para além disso, são esperados ao menos 22 na cerimônia em Santa Sé, Roma.
O presidente Jair Bolsonaro já anunciou que não participará da canonização da santa baiana, em seu lugar irá o vice-presidente Hamilton Mourão. Além dele, cerca de 10 senadores e 12 deputados também confirmaram presença. Entre eles: Davi Alcolumbre (DEM-AP); Chico Rodrigues (DEM-RR); Ciro Nogueira (PP-PI); Elmano Férrer (Podemos-PI); Jaques Wagner (PT-BA); José Serra (PSDB-SP); Roberto Rocha (PSDB-MA); Weverton (PDT-MA); Angelo Coronel (PSD-BA), Augusto Coutinho (Solidariedade-PE) e Joaquim Passarinho (PSD-PA). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia vai a Roma com outro avião da FAB. Com ele viajam outros 10 passageiros, ainda desconhecidos.
Além dos políticos, o Itamaraty publicou nesta quinta-feira (10) os nomes dos integrantes da comitiva que representará o governo brasileiro. São eles: José Antônio Dias Toffoli – presidente do Supremo Tribunal Federal; José Sarney – ex-presidente da República; Luiz Henrique Mandetta – ministro da Saúde; Antônio Augusto Aras – procurador-geral da República; Henrique da Silveira Sardinha Pinto – embaixador do Brasil junto à Santa Sé; Ana Paula Leandro Mourão – mulher do vice-presidente Hamilton Mourão; Liana Gonçalves De Andrade – mulher do presidente do Senado, Davi Alcolumbre; Patrícia Vasconcellos Maia – mulher do presidente da Câmara, Rodrigo Maia; Cláudia Moraes Raso Sardinha Pinto – mulher do embaixador Henrique da Silveira Sardinha Pinto; Maria Das Mercês Aras – mulher do procurador-geral da República, Augusto Aras; Maria Das Graças Caiado – mulher do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
Dulce sempre manteve relação próxima com políticos
Com o cuidado de não tomar partido de grupos políticos, a então freira conseguiu construir uma rede de relações que viabilizaram os projetos de caridade. Sua rede de contatos ia de presidentes como Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) a Fernando Collor (1990-1992).
Na Bahia, a amizade de Dulce com empresários baianos como Norberto Odebrecht e Ângelo Calmon de Sá foram fundamentais na fundação das Obras Sociais Irmã Dulce. Mas o contato com os empresários não ficou restrito a doações, ambos tiveram cargos de direção nas obras.
Vizinha do antigo governador da Bahia, na infância, Irmã Dulce costumava chamar Antonio Carlos Magalhães pelo primeiro nome e recebeu durante toda a vida do político, ajuda financeira para a OSID. A santa, no entanto, jamais tomou partido de um determinado grupo político ou pediu votos. Enquanto viva, ela afirmou :“Não entro na área política. Não tenho tempo para me inteirar das implicações partidárias. Meu partido é a pobreza”.
Até hoje, a sede de sua entidade passou a ser parada obrigatória para políticos, incluindo presidentes e presidenciáveis. Em Salvador, durante a Lavagem do Bonfim, prefeito e governador interrompem o cortejo, que passa em frente à sede da entidade, para uma visita de cortesia. A presença de ambos, na canonização da freira, é garantida.