Setor público possui três vezes mais pessoas em trabalho remoto do que setor privado
Pesquisa foi feita pelo Ipea e IBGE

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Uma pesquisa feita em parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada na terça-feira (4), aponta que o percentual de servidores públicos em trabalho remoto é três vezes maior em relação aos empregados no setor privado. Em junho, 24,7% dos trabalhadores do setor público exerciam atividade remota, mas, no setor privado, eram apenas 8%.
Os dados estão no estudo O Teletrabalho no Setor Público e Privado na Pandemia: Potencial Versus Evolução e Desagregação do Efetivo, feito pelos pesquisadores Geraldo Góes e Felipe Martins, do Ipea, e José Antônio Sena, do IBGE.
Segundo o estudo, em junho, 3 milhões de pessoas ocupadas no setor público estavam nessa condição, o que representa 200 mil a mais do que em maio. Em contrapartida, no setor privado eram 5,7 milhões de pessoas, ou 224 mil a menos que o total estimado para maio.
Para o Ipea, os resultados evidenciam desigualdade com números gerais de trabalho remoto no país com recortes também por idade, gênero, raça/cor e escolaridade. A maioria das pessoas em teletrabalho tem de 30 a 39 anos, é mulher, predominantemente da cor branca e com nível superior.
A pesquisa destacou ainda a evolução do trabalho remoto em maio e junho, de maneira geral no país, indicada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do IBGE. Apesar da estabilidade do número de pessoas trabalhando remotamente nesses meses, os percentuais de pessoas em trabalho remoto aumentaram no Distrito Federal, no Rio Grande do Norte e em Sergipe. Houve queda no Amazonas e Pará.


