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SUS terá teleatendimento em saúde mental para quem for viciado em bets

O vício cada vez mais crescente em jogos e apostas, especialmente as eletrônicas,Estudo recente indica que as bets provocam perdas econômicas e sociais ao país calculadas em R$ 38,8 bilhões anualmente

Por Da Redação
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SUS terá teleatendimento em saúde mental para quem for viciado em bets

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O vício cada vez mais crescente em jogos e apostas, especialmente as eletrônicas, como as bets, tem sido cada vez mais frequente na sociedade atual e prejudicado financeiramente e mentalmente vários brasileiros. Diante desse cenário, os ministérios da Saúde e da Fazenda promoveram iniciativas com foco na prevenção do vício ou compulsão por jogos, tanto para a saúde física quanto para a saúde mental e financeira dos usuários.

Algumas das ferramentas constam em um acordo de cooperação técnica assinado nesta quarta-feira (3) pelos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Fazenda, Fernando Haddad. Entre as iniciativas que ainda serão implementadas está uma plataforma de autoexclusão que, a partir do dia 10 de dezembro, permitirá que o apostador que deseja encerrar o vício solicite o bloqueio de sites de apostas, além de tornar o CPF indisponível para novos cadastros ou para o recebimento de publicidade das bets.

Um estudo recente indica que as bets provocam perdas econômicas e sociais ao país calculadas em R$ 38,8 bilhões anualmente.

O acordo também estabelece medidas de prevenção e cuidado, como o Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas. Ele será um “canal permanente de troca de dados entre as pastas”, de maneira a viabilizar ações integradas de apoio para que os usuários busquem ajuda nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A partir dos dados que temos, vamos identificar padrões como os de adição ou compulsão das pessoas. Os registros nos ajudarão a ver onde a pessoa está, para que nossas equipes possam entrar em contato e servir de ombro amigo ou braço de apoio dessas pessoas”, disse Alexandre Padilha.

Ferramentas

Além da plataforma de autoexclusão, também será disponibilizada uma variedade de orientações sobre como buscar ajuda na rede pública, incluindo informações sobre pontos de atendimento do SUS, através do aplicativo Meu SUS Digital e da Ouvidoria do SUS.

O Ministério da Saúde também lançou a Linha de Cuidado para Pessoas com Problemas Envolvendo Jogos de Apostas, que possui orientações clínicas e visa ao atendimento presencial e online como forma de diminuir as barreiras de acesso ao cuidado em saúde mental.

De acordo com o Ministério da Saúde, a rede pública ofertará, a partir de fevereiro de 2026, teleatendimentos em saúde mental voltados especificamente a jogos e apostas, por meio de parceria com o Hospital Sírio-Libanês.

Inicialmente, serão 450 atendimentos online mensais, mas o ministério poderá aumentar o número dependendo da demanda.

“Essa assistência funcionará de forma integrada e como parte da rede do SUS e, sempre que necessário, esses pacientes serão encaminhados ao atendimento presencial”, diz a pasta.

Regulamentação

Durante o evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, apesar de as bets terem sido autorizadas em 2018, pouco foi realizado para regulamentar a atividade durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Era preciso definir tributação, regras de propaganda e marketing, parâmetros de jogo responsável e o papel de cada ministério no combate a práticas abusivas, lavagem de dinheiro e no apoio às pessoas que necessitassem de atenção em saúde pública. Nada disso foi feito entre 2019 e 2022”, afirmou o ministro.

Haddad acrescentou que, com o atual regramento, nenhum CPF de criança ou de beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou do Bolsa Família poderá ser utilizado para cadastro nos sites de jogos.

Transtornos

De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Marcelo Kimati, alguns dados já disponibilizados pelo SUS identificaram crescimento no número de atendimentos de pessoas com transtornos associados ao jogo.

Segundo Kimati, em 2023 o SUS realizou 2.262 atendimentos de pessoas com esse tipo de vício ou compulsão. Em 2024, o número cresceu para 3.490. “E entre janeiro e junho de 2025, já havíamos registrado 1.951 atendimentos”, afirmou o diretor.

Durante a cerimônia de assinatura do acordo entre as pastas da Saúde e da Fazenda, Kimati afirmou que, com os dados já disponibilizados, é possível elaborar um perfil das pessoas que vivem esse tipo de problema.

“Ele é homem; tem entre 18 e 35 anos; é negro; vive situações de estresse e ruptura de cotidiano; é separado, aposentado, desempregado; além de isolado ou com rede de apoio frágil”, descreveu o diretor, ao destacar que, em resumo, o perfil está diretamente associado à população que vive em situação de vulnerabilidade.

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