Transtorno de Estresse Pós-Traumático pode afetar até 20% das pessoas expostas à violência urbana, aponta especialista
Especialistas alertam para os efeitos duradouros da exposição à violência e reforçam a importância do tratamento psicológico
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O impacto psicológico da violência urbana pode ir muito além do momento do trauma. De acordo com o psiquiatra Daniel Barros, da USP, até 20% das pessoas expostas diretamente a situações violentas podem desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), condição que exige tratamento especializado.
Segundo o especialista, há dois tipos principais de reações ao trauma: o estresse agudo, que tende a diminuir com o tempo, e o estresse pós-traumático, que provoca sintomas prolongados. Entre os sinais do TEPT estão ansiedade intensa, medo constante, taquicardia, sudorese, pesadelos e mudanças na rotina.
O tratamento é multidisciplinar e envolve terapia, medicação e apoio familiar. Barros destaca que é essencial oferecer segurança e acolhimento à vítima após o evento traumático para reduzir o risco de agravamento.
Apesar da gravidade do transtorno, a maioria das pessoas expostas a situações violentas não desenvolve TEPT. Os índices variam de 10% a 20%, dependendo da intensidade e da proximidade com o evento.
