Turismo estagnado pela covid-19
Confira o nosso editorial desta segunda-feira (11)
Assim como a cultura, o turismo foi um dos primeiros setores duramente afetados pela pandemia de covid-19. A disseminação do vírus junto às notícias nada animadoras sobre contágio, número de positivados e óbitos, além do impacto à economia, travou subitamente todo e qualquer movimento de deslocamento para o lazer.
Uma crise sem proporções e ainda sem ver a luz ao fim do túnel, não enquanto o Brasil e quase todo o mundo estiver mais perdendo do que salvando vidas por causa da doença.
A Bahia, claro, sente forte a crise no turismo. A ocupação dos hotéis caiu mais do que a metade, as agências de viagem permanecem fechadas e os pontos turísticos estão desocupados, vazios. Estima-se que Porto Seguro, por exemplo, um dos destinos mais procurados, já soma um prejuízo superior a R$ 500 milhões.
Salvador, por certo, também vive a crise do setor. Março e abril já são considerados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (ABIH-BA), os piores para o turismo na história da capital. Em 2019, neste mesmo período, a entidade celebrava que a a taxa de ocupação na cidade era de 66%, ante os 37% de agora.
Ainda é pouco, muito pouco, mas é preciso valorizar os esforços do governo federal diante da crise do setor. Na última sexta-feira (8), foi editada a Medida Provisória 963/20, que destina crédito extraordinário de R$ 5 bilhões para operações de crédito visando o financiamento da infraestrutura turística nacional.
A fonte dos recursos é o superavit financeiro no Tesouro Nacional oriundo de concessões e permissões. O dinheiro servirá para capital de giro de micro, pequenas, médias e grandes empresas, além de resguardar empregos.
É preciso, mesmo, salvar o setor, um nicho tão importante para a Bahia e todo o Brasil. Após a pandemia, é certo que o turismo precisará se reinventar para sobreviver, mas sobreviverá. Por enquanto, profundamente impactado, precisa mesmo de toda ajuda do Poder Público, seja local ou federal.