Unicef afirma que pandemia ameaça desenvolvimento de uma geração
Entidade diz que ao menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte de 2020 confinada

Foto: Reprodução/Unicef
Escolas fechadas, pobreza crescente, casamentos forçados e depressão: em um ano de pandemia, todos os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente apresentaram uma queda que indica um estigma duradouro para toda uma geração, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira (11).
"Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar", disse Henrietta Fore, diretora executiva da Unicef, em nota divulgada no aniversário de um ano da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diante de tais efeitos "devastadores", o conselho do Unicef instou a colocar as crianças "no centro dos esforços de recuperação", em particular "priorizando escolas nos planos de reabertura". A Unicef citou uma série de números preocupantes em apoio às observações de Fore.
Nos países em desenvolvimento, as projeções mostram um aumento de 15% na pobreza infantil. Entre seis e sete milhões de crianças a mais podem sofrer de desnutrição em 2020, um aumento de 14% que pode se traduzir em mais de 10.000 mortes adicionais por mês, principalmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia.
Além disso, pelo menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte de 2020 sob ordens de confinamento, aumentando a ansiedade, a depressão e o isolamento. O coronavírus também provocou a suspensão das campanhas de vacinação contra outras doenças, aumentando as ameaças à saúde dos não imunizados.