Venezuelanos recorrem a criptomoedas contra hiperinflação

Governo e programadores apostam nos meios digitais

Por Da Redação
Ás

Venezuelanos recorrem a criptomoedas contra hiperinflação

Foto: Reprodução

Com a moeda venezuelana de desvalorizando há anos, o governo e programadores apostam em moedas. Para o venezuelano Gabriel Jiménez, o programador de 31 anos que vive exilado há dois anos nos Estados Unidos, tenta promover uma revolução de criptomoedas na Venezuela com uma moeda digital chamada Reserve.

Em circulação desde março deste ano, uma nova criptomoeda tem como objetivo contornar a altíssima informação da Venezuela. Os políticos socialistas no governo “não têm soluções para nosso país” e nem para sua moeda corrente depreciada, o bolívar, disse ele à DW.

Encarregado de projetar a primeira criptomoeda da Venezuela há três anos, Jiménez viu uma chance de vencer a hiperinflação. Para ele, se uma criptomoeda parecida com o Bitcoin fosse feita de maneira certa, ele poderia dar ao governo o que ele queria: uma maneira de contornar as sanções financeiras excruciantes impostas pelo governo do ex-presidente americano Donald Trump.

A perigosa empreitada transportou Jiménez da vida de um ativista para o centro das sombrias instituições de poder da Venezuela. No entanto, uma primeira moeda digital estatal do mundo, um Petro, que ele preparou a criar, não se tornou o tipo de revolução que ele esperava.

Por estar ancorada nas reservas de petróleo da Venezuela, a Petro quebra os princípios do Bitcoin e de outras criptomoedas, valores não derivados de recursos naturais ou moedas fiduciárias do governo, mas apenas das leis da matemática. Antes e depois do lançamento da Petro, em fevereiro de 2018, Jiménez também foi repetidamente forçado a alterar o chamado “relatório branco” do token, informando em qual plataforma de blockchain a moeda era negociada.

“Fui ingênuo na época e ainda me dói muito ver como a Petro está sendo mal usada como arma política do governo”, disse ele, relacionado que acabou sendo forçado a fugir para o exílio para escapar de prisão e punição.

No final de 2020, cerca de 8 milhões de funcionários públicos recebiam meio Petro cada, cerca de 30 dólares, como bônus de Natal. Há relatos também de operadores de postos de gasolinas que afirmaram que 15% de todos os pagamentosde combustíveis haviam sido feitos com a Petro.

Jiménez acredita que trabalhar no projeto Petro foi um erro, que agora o leva a trabalhar ainda mais duro como forma de compensação. A única coisa boa que saiu disso tudo, afirma, foi uma aceitação mais ampla das criptomoedas na Venezuela, disse a DW.

Mesmo apesar do grande risco de oscilações de valor, ele argumenta que as criptomoedas ainda são um investimento que vale a pena, em comparação a queda da moeda oficial do seu país de origem. 

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