Olívia Santana critica Prefeitura por não pagar piso a professores: "Declaração de falta de compromisso com a educação"
Para a deputada, o prefeito Bruno Reis (União) precisa parar de fazer políticas superficiais

Foto: Farol da Bahia e Jefferson Rudy/Agência Senado
A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) criticou, na tarde desta terça-feira (20), a Prefeitura de Salvador por não pagar o piso salarial dos professores da rede municipal de ensino. O assunto é o motivo da greve que iniciou no último dia 6.
"É um absurdo a prefeitura insistir em não pagar o piso dos professores e professoras. Uma capital como Salvador deveria estar comprometida com a garantia do piso salarial dos professores. Essa é uma conquista histórica de uma luta da educação, e o prefeito insiste em ignorar e rasgar essa legislação, o que significa uma declaração de falta de compromisso com a educação", declarou a deputada.
A parlamentar ainda reiterou que o pagamento de "gratificações" não deve ser incluído no piso salarial da categoria. "Piso é piso, gratificação é outra coisa. A gratificação também é uma conquista do movimento de professores, que você acrescenta ao piso", pontuou Olívia.
"É realmente uma situação lamentável que ele tenha mandado o projeto para a Câmara sem garantir esse pleito que os professores vêm fazendo. A greve se prolonga, o que prejudica a vida das crianças, da infância. O ensino fundamental 1, o ensino fundamental 2, todo mundo desassistido. As famílias mais pobres precisam ainda mais ter seus filhos na escola, e o prefeito simplesmente ignora tudo isso."
O projeto levantado pela deputada foi encaminhado à Câmara pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), na sexta-feira (16). A proposta prevê um aumento salarial mínimo de 6,27%. No entanto, a categoria afirma que o texto não garante o cumprimento do piso salarial para todo o magistério da rede municipal.
"Espero que os vereadores corrijam isso", disse Olívia.
A parlamentar contou que, durante o ajuste salarial dos professores da rede estadual de educação, os deputados estaduais acompanharam todo o processo de negociação.
"O governador fez um grande pacote de ganhos para os servidores da educação, não é? E a gente conseguiu votar um projeto para dois anos, garantindo 6,27% de aumento este ano e mais de 7% para o ano que vem, com a garantia do piso salarial, que na Bahia é 2% maior do que o piso nacional", explicou.
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Rodoviários
Questionada sobre o descaso com os rodoviários, que mantiveram estado de greve após mais uma reunião com representantes das empresas de ônibus, realizada nesta terça-feira (20), Olívia pontuou que o serviço prestado pelos trabalhadores é essencial para a população de Salvador.
"O serviço de mobilidade urbana, o serviço que os motoristas e cobradores prestam à população, é um serviço essencial. Se esse pessoal para, significa prejudicar todas as outras categorias de trabalhadoras e trabalhadores", afirmou.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários da Bahia, o representante das empresas de ônibus "apresentou uma contraproposta acintosa, negando todas as reivindicações da categoria e propondo a retirada de direitos conquistados anteriormente". Assim, o acordo não foi fechado e uma nova reunião foi marcada para a manhã da próxima quinta-feira (22).
"O prefeito precisa ter sensibilidade em relação à agenda de luta, à busca desse acordo de garantia, de um salário decente, dos ganhos que essa categoria precisa ter, para que a cidade não pare. Salvador precisa andar para frente, não é certo? Então, o prefeito precisa parar de - fazer - políticas superficiais", finalizou.