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Vídeo: população acusa Prefeitura de Santo Amaro de isolar e 'despejar lama' na Comunidade de Acupe

Moradores da região denunciam abandono do poder público

Por Rayllanna Cardoso
Ás

Vídeo: população acusa Prefeitura de Santo Amaro de isolar e 'despejar lama' na Comunidade de Acupe

Foto: Arquivo Pessoal

Caracterizado por ter uma das maiores comunidades tradicionais pesqueiras da Bahia, o distrito de Acupe, que fica na cidade de Santo Amaro, tem sofrido por constante abandono do poder público.

Acostumados à triste realidade de "se preparar para o alagamento", os moradores da região decidiram protestar contra as recentes obras feitas pela Prefeitura de Santo Amaro, que hoje está no comando da prefeita Alessandra Gomes (PSD).

A reivindicação e queixa de abandono da região ganhou força depois de funcionários da Prefeitura terem, segundo os moradores, jogado terra na entrada da Rua Beira Rio, transformando o espaço em um verdadeiro canteiro de lama.

"Taparam o lugar que a chuva desse. Quando chover e alagar, não é sua casa nem a deles que será alagada, doutora prefeita. A senhora, como autoridade, venha ver o que vocês fizeram aqui na Beira Rio, onde moro, há 30 anos. O trabalho de vocês aqui é tudo porcaria. Nem carro passa mais. Colocaram essa lama na entrada da rua Beira Rio, loteamento Maria Pedreira Lopes. Venha ver o que seus empregados fizeram. Sua obrigação era asfaltar. Aqui não mora porco", desabafou dona Lourdes, na gravação de um vídeo.

Filha dela, Joelma Gomes Ferreira, contextualiza sobre a situação. "Acupe é uma comunidade tradicional pesqueira, onde passa um rio, que hoje virou esgoto. Houve um processo de adensamento urbano, de crescimento sem nenhum tipo de planejamento. E a gestão atual - e as passadas - nunca olharam para essa comunidade com certa especificidade", conta.

"Como não houve planejamento para escoamento da água da chuva, nem soluções para questões de saneamento básico, quando chove todo esgoto vai para o rio, inclusive a água da chuva. Com essas obras que a Prefeitura está fazendo, está afundando naturalmente as casas para nivelar o nível das ruas e das casas. As que não têm passeio alto, acaba sendo alagada, porque não tem escoamento", acrescenta.

Em conversa com o Farol da Bahia, ela relatou que a triste realidade de quem mora na Comunidade de Acupe é "preparar a casa para receber o alagamento". "É triste, mas é verdade. Não só em 2022, mas como em todos os anos. O período chuvoso é preocupante para os moradores que moram em localidades sem infraestrutura que minimize os impactos provocados por uma área que passou e passa pelo processo de adensamento urbano, sem nenhum de ordenamento territorial", relatou.

Ainda segundo Joelma, a gestão municipal atual tem realizado "uma obra atrás da outra", "jogando terra, sem tratar o rio". "Não faz um tratamento, uma limpeza adequada. Com isso, a cada chuva sofremos com os alagamentos. Nessa nova obra, despejaram terra, taparam o lugar que a chuva dessa. Quando chove, a gente não dorme. A gente prepara a casa para receber o alagamento", desabafou.

Ela conta ainda que a região elegeu dois vereadores, filhos da comunidade, que foram reeleitos, mas que "os demais administradores não cumprem um dos princípios do direito a cidade que é incluir a participação popular nas decisões orçamentárias e na realização dos diagnósticos (problemas) antes de realizarem obras paliativas que só agravam o problema e sem cumprir o que rege os estudos de impactos".

O Farol da Bahia procurou insistentemente a Prefeitura de Santo Amaro em busca de uma respostas sobre as denúncias, mas os questionamentos não foram respondidos até a publicação desta matéria.

 

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