Um pouco antes da década de 80, veio à lume o livro de Carlos Estevam Martins, no qual analisa as mais notáveis características da política externa brasileira, à época do regime militar, em suas múltiplas etapas. Não conheço uma obra que tenha realizado esta tarefa com maior clareza, salientado que no período de Castelo Branco, o país aderiu a um modelo inspirado nos fundamentos virtuais da burguesia internacionalizada em relação ao seu relacionamento externo; Costa e Silva atraiu, através de segmentos militares do seu governo, a burguesia nacional para usufruir de um modelo autocrático e paternalista; finalmente, Médici desenvolveu um amplo capitalismo de Estado, contando com uma burocracia em ascensão, à frente das empresas estatais.
Inegavelmente, a fonte inspiradora das diferentes políticas externas foi a convicção de que as circunstâncias engendradas pela “guerra fria” determinavam os traços mais salientes do contexto histórico. Consequentemente, ainda que outros elementos constituíssem essas políticas, elas giravam em torno do Tratado de Não Proliferação de armas nucleares.
O alinhamento automático ao líder do chamado “mundo livre”, os Estados Unidos da América, influenciou o Brasil a aceitar os termos deste tratado e abrir mão do poder atômico, preferindo compartilhar o conceito de segurança coletiva, em face do poder soviético.
Mas, não durou muito tempo. Logo, o Brasil se alinharia, inclusive a uma China pouco desenvolvida e aos países neutros, com o intuito de reivindicar sua entrada no clube das potências nucleares. Como é notório, somente depois que assimilou os conhecimentos necessários e se tornou um líder mundial nas diferentes tecnologias nucleares, o país abriu mão das poderosas bombas destrutivas.
O mundo mudou e quase nada resta do confronto da guerra fria de outrora. A que poderíamos chamar de “guerra fria”, na atualidade, é o confronto econômico e militar de grandes potências em guerras “quentes” regionais e continentais, nas quais os riscos contidos na utilização de armamentos nucleares não afastam os fantasmas do passado.
O empenho da República Islâmica do Irã para desenvolver uma bomba atômica tem um objetivo determinado: exterminar o Estado de Israel. O Irã assume, com um certo orgulho, o patrocínio de grupos terroristas, com armas e outros recursos, destinados a eliminar e levar ao desespero o povo judeu. O holocausto ainda chora os seus milhões de mortos!
Penso que não deveríamos nos afastar de nossas tradições históricas e conduzir o nosso país para o interior desses conflitos destrutivos. Os mesmos ideais pelos quais lutamos ao lado dos aliados na Segunda Guerra Mundial, nos sustentam e deram origem aos valores democráticos que defendemos até hoje.
O povo de Israel defendeu a sua democracia, sua religião e a nós próprios, ao se insurgir contra a intolerável ameaça do fanatismo iraniano e seus planos diabólicos. A advertência lançada por Thomas Sowell a todos os homens que tem responsabilidade com o futuro, deve ser observada com amor e caridade: “se você não está preparado para usar a força para defender a civilização, então esteja preparado para aceitar o barbarismo”.
É o mínimo que podemos fazer, se não queremos ser expulsos de nossa cultura para seguir um falso “líder”, cúmplice de ditadores, terroristas e demônios. Lembre-se de Edmond Burke: “para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”.
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