O panorama político brasileiro nos obriga a lançar um olhar prospectivo sobre o nosso futuro. Para onde estamos indo a passos largos, o que podemos esperar do desdobramento dos fatos que nos acometem no presente? Não para desenhar um destino inevitável, afinal o conhecimento não existe para os demagogos, nem para os profetas, como assinalou Max Weber.
Todavia, temos razões ponderáveis para pensar como Friederich Hayek, quando disse que “a liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”. Sábias palavras. Elas se encaixam inteiramente, se examinarmos a nossa realidade. Há muito e consternados vimos o destroçamento, artigo por artigo, da Constituição de 1988, principalmente no que tange aos direitos e garantias assegurados na Carta Magna. A demolição constitucional, levada a cabo pelo Supremo Tribunal Federal –STF, soterra por completo o estado democrático de Direito.
O país converteu-se num valhacouto da corrupção e da desordem administrativa e moral. Proliferam os presos políticos, julgados por crimes que não cometeram e submetidos a penas exageradas e opressivas. A Nação, estarrecida, acompanha, com indisfarçável desconforto, um processo judicial eivado de todas as deformidades possíveis, que o condena ao lixo da História.
As regras do jogo político colocou na ilegalidade atores, cujas culpas se dissolvem a cada passo do processo judicial, a cargo do tribunal superior, a ponto de se desmoralizar e perder a total substância jurídica, ensejando que os depoimentos e defesas se apresentem para revelar a verdade dos fatos arrolados. Chegamos ao fundo poço!
A premonição de W. Shakespeare, para nossa desgraça, concretiza-se, e nos informa que “o inferno está vazio; todos os demônios estão aqui”, deixando-nos numa paisagem desolada, onde impera o medo, a descrença da população mais consciente dos males terríveis que nos assola.
Parceiro internacional em alianças que rompem e desafiam nossas tradições históricas e nossos interesses continentais e permanentes, o Brasil se encontra em profunda depressão moral, convertido em um pária internacional, graças a esta ruptura com a cultura ocidental, carregada de incertezas e riscos. Tal comportamento, sob todos aspectos inesperado e destituído de convergência nacional, conduziu o país, mercê também de suas flagrantes violações dos direitos humanos e da democracia, a sofrer ameaças de sanções a serem aplicadas pelos Estados Unidos da América.
As gritantes desigualdades econômicas e sociais, a aversão a toda forma de dominação estrangeira existente ou provável e a precária experiência com a vida democrática conduz o esquerdismo a impor suas regras totalitárias e avança, com razoável força, para impor à Nação o controle absoluto sobre as redes sociais e a internet, usurpando do povo brasileiro o direito fundamental da livre expressão, fundamento principal de uma Nação livre.
Chegou a hora –e já estamos no undécimo momento – de interromper esta marcha desenfreada para estabelecer um Estado totalitário, antes que o STF, sempre o STF, imponha à Nação os termos da lei que o governo petista pretende “aprovar”, por cima da Casa do Povo, o Poder Legislativo. Nosso grande romancista, Guimarães Rosa, fala com autoridade: “digo: o real não está na saída nem na chagada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Não percamos tempo!
A mudança das regras democráticas e sua substituição por um sistema de poder totalitário, o desaparecimento dos Estados Nações e sua subordinação a um governo mundial, tal como deseja o Presidente do Brasil, e finalmente o avanço da economia socialista em escala mundial são os objetivos que estão claramente à mostra no experimento brasileiro petista.