Anemia por falta de ferro pode ser causada por alimentação inadequada

A anemia é uma deficiência nutricional que afeta a produção de hemoglobina, substância que dá cor aos glóbulos vermelhos no sangue. Isso pode ocorrer pela carência de um ou mais nutrientes essenciais, como ferro, zinco e proteínas. Além disso, a anemia também pode ser consequência da perda de sangue ou de diferentes doenças ou condições adquiridas ou hereditárias.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 40% da população mundial é anêmica. Na maioria dos casos, a alimentação inadequada é a principal causa. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a carência de ferro no organismo é responsável por 95% dos casos de anemia. Conhecida como anemia ferropriva, a doença enfraquece o sistema imunológico e representa cerca de 90% de todos os casos de anemia.

Especialistas afirmam que em recém-nascidos, por exemplo, os atrasos no desenvolvimento causados pela má alimentação e pela deficiência de ferro tendem a deixar o corpo mais suscetível a doenças como diabetes, pressão alta e obesidade na vida adulta. O ferro é um mineral que está presente em carnes, leguminosas e vegetais verde-escuros e tem a função de atuar na fabricação de células vermelhas e no transporte de oxigênio. A cor vermelha do sangue, segundo especialistas, se deve à reação química que acontece entre o oxigênio e o ferro contidos na hemoglobina. 

No geral, os doentes podem apresentar sintomas como fraqueza excessiva, palidez, irritabilidade, intolerância ao exercício físico e baixo desenvolvimento corporal em crianças, que são as maiores vítimas da anemia ferropriva, sobretudo, nos primeiros dois anos de vida. Gestantes também merecem atenção, já que, quando a grávida passa a nutrir o feto, o corpo privilegia as reservas de ferro para o bebê, o que cria uma deficiência extra para a mulher. 

Para evitar a anemia ferropriva é necessário que, antes de tudo, ocorra uma reeducação alimentar. A gerente de pesquisa e desenvolvimento da Jasmine Alimentos, Melissa Carpi, recomenda refeições com farinhas integrais que têm ferro e podem proporcionar uma dieta rica em nutrientes. Segundo ela, “ao contrário da farinha branca, que perde todo o ferro durante seu processo de refino, a farinha integral mantém todos os nutrientes naturais do grão”.
 
Além disso, arroz integral, aveia em flocos, extrato de soja, mix de sementes e red berries são alimentos ricos em vitamina C e se apresentam como “aliados” para o enriquecimento de ferro no organismo. 

Outros alimentos ricos em ferro:

• Carne vermelha
• Carne de frango
• Feijão, grão de bico e ervilhas
• Agrião
• Espinafre
• Gergelim
• Soja
• Castanhas

De acordo com a professora de nutrição da Universidade Positivo, Mariana Etchepare, a falta de ferro é uma condição séria e que deve ser prontamente tratada, principalmente porque o mineral é responsável pela síntese das hemácias do sangue e também pelo transporte do oxigênio para todas as células do corpo. “É fundamental procurar um médico e realizar exames para detectar o problema. Assim que encontrada a deficiência de ferro, um médico ou nutricionista deve prescrever uma suplementação que contenha esse material, tal como indicar uma dieta que inclua também alimentos ricos em ferro”, afirma. 
 
Além das carnes, os legumes, as verduras, os cereais e as sementes também contam com o mineral. “Dividimos esses alimentos em dois: aqueles com ferro heme (encontrado na proteína animal e de fácil absorção pelo organismo) e ferro não heme, (presente no feijão preto e nos vegetais verdes escuros, como brócolis, espinafre e couve). Para aumentar a biodisponibilidade do ferro presente neste último grupo, é indicado que a dieta ainda inclua alimentos e bebidas com vitamina C. Por outro lado, o paciente que possua anemia ferropriva deve evitar líquidos como café, chás e chimarrão”, completa a especialista.